Estamos presenciando no Brasil uma forte corrente de retirada de capital investido na poupança. Isso se dá, principalmente, devido à desaceleração econômica que o país vem passando, atrelada à grande instabilidade política.
Algumas consequências da economia enfraquecida são o desemprego e o aumento no custo de vida. Considerando que uma grande parcela da população está sem emprego, o dinheiro aplicado na caderneta está sendo utilizado para manter saldar dívidas. Além disso, com a redução do poder de compra por causa da alta inflação, o capital guardado também tem sido necessário para completar o orçamento do mês de muitas famílias.
Nos últimos três anos, a queda da caderneta tem se intensificado. Dados divulgados pelo Banco Central indicam esse declínio a partir de 2013. Levando em considerando somente os dados do SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimos), a captação líquida em 2013 entre janeiro e agosto totalizou R$ 31,7 bilhões de janeiro a agosto. No ano seguinte, os números somaram menos da metade, fechando em R$ 12,1 bilhões de captação líquida nos oito primeiros meses de 2014.
No comparativo entre 2013 e 2014, a captação líquida total também obteve diferença considerável. A captação líquida total da poupança encerrou 2013 em cerca de R$ 54,2 bilhões. A quantidade foi mais que o dobro do ano seguinte, já que em 2014 o total dos doze meses foi de R$ 23,7 bilhões.
Em 2016, por sua vez, os números também são insatisfatórios. De acordo com série histórica do SBPE, entre janeiro e agosto, a soma da quantia de retiradas da poupança resultou em R$ 1,076 trilhões. Já os depósitos, durante o mesmo período, tiveram somaram R$ 1,036 trilhões.
Até então, considerando os oito meses deste ano, o balanço final da captação líquida está negativo em cerca de R$ 39,1 bilhões, uma vez que as retiradas vem superando os depósitos durante todo o período.
Em 2016, agosto foi o mês no qual a maior quantidade de dinheiro foi sacada, algo em torno dos R$ 140,4 bilhões. Em relação à captação líquida mensal, o pior resultado se deu em janeiro, mês no qual o balanço fechou em mais de R$ 9,5 bilhões negativos.
De acordo com dados divulgados, o período equivalente a 2015 apresentou resultados ainda piores que os de 2016. No SBPE, a diferença entre os depósitos e as retiradas dos oito primeiros meses de 2015 foi de cerca de R$ -45,7 bilhões, aproximadamente 17% pior do que o saldo deste ano
Ademais, os investimentos em conta poupança também vêm perdendo popularidade devido à alta inflação, que prejudica muito sua rentabilidade. Diante do rendimento poupança em baixa, os investidores estão preferindo retirar a quantia que depositada para reaplicar de outras maneiras.
Em consequência, alguns produtos financeiros têm apresentado excelentes resultados, já que o investidor brasileiro está abrindo os olhos para novas oportunidades. Conhecer os CDB (Certificados de Depósito Bancário), descobrir o Tesouro Direto e aprender como investir na Bolsa de Valores, são alguns exemplos que estão ganhando destaque.
A bolsa, inclusive, tem apresentado excelente perspectiva em 2016. Até então, a Bolsa de Valores acumulou uma rentabilidade de mais de 20% na primeira metade do ano. A poupança, por outro lado, foi uma das modalidades que apresentou um dos mais baixos rendimentos. A rentabilidade nominal da caderneta fechou o primeiro semestre em 4,04%. Já os Certificados de Depósito Bancários (CDB) renderam 7,27% e os títulos prefixados apresentaram uma rentabilidade nominal de 9,38%, no mesmo período.
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