O ano de 2025 tem reforçado como o mercado de petróleo é sensível aos cenários globais e às dinâmicas geopolíticas. Recentemente, a escalada da guerra comercial entre Estados Unidos e China trouxe uma nova dose de instabilidade para o setor, refletindo preocupações com uma possível recessão mundial e, consequentemente, uma queda drástica na demanda por energia. Nesse ambiente, surge a dúvida: em meio à pressão negativa sobre os preços e à forte volatilidade das ações, qual petroleira oferece maior resiliência, eficiência e potencial de valorização para o investidor?
Analisemos as variáveis.
Cenário Internacional e Pressão nos Preços
A tensão entre Estados Unidos e China resultou em tarifas de importação e exportação que elevaram os custos e travaram parte do comércio global, espalhando insegurança econômica. Com investidores mais cautelosos e temendo um cenário de recessão, a procura por petróleo diminuiu, pressionando o preço do barril Brent, que recuou para a casa dos US$ 65 — patamar visto logo após a pandemia de 2021.
Além desse quadro, a Opep+ (grupo que reúne grandes exportadores de petróleo e aliados) surpreendeu o mercado ao antecipar o aumento de sua produção: em vez de um acréscimo modesto, o grupo decidiu elevar em 411 mil barris por dia a oferta global, triplicando as expectativas anteriores e ampliando o desequilíbrio entre oferta e demanda. Com isso, o preço do petróleo continuou sob pressão, dificultando o cenário para as empresas do setor.
Impacto nas Ações das Petroleiras Brasileiras
O ambiente negativo rapidamente se refletiu no desempenho das ações das principais petroleiras brasileiras entre 2 e 22 de abril, como mostra a seguir:
- Brava Energia (BVMF:BRAV3): queda de 17,9%
- PetroReconcavo (BVMF:RECV3): queda de 14,2%
- Petrobras (BVMF:PETR4): queda de 14,4%
- Prio (PRIO3): queda de 12,2%
Apesar dessas quedas expressivas, é importante notar que os fundamentos das companhias fazem toda a diferença em momentos como esse. Empresas que apresentam eficiência operacional, baixos custos e capacidade de atravessar períodos adversos tendem a se recuperar mais rapidamente e até transformar a crise em oportunidade.
Prio: Uma máquina de resultados
Alguns fatores colocam a Prio (BVMF:PRIO3) como um dos maiores potenciais de valorização. Essa posição de destaque se deve a uma combinação de fatores:
Baixo Custo e Alta Eficiência: A Prio consegue manter seus custos de produção entre os menores do setor, o que garante lucratividade mesmo quando o preço do petróleo está pressionado. Essa eficiência operacional é um reflexo da estratégia focada em tecnologia, gestão rigorosa dos ativos e otimização contínua dos processos produtivos.
Forte Geração de Caixa: A empresa tem histórico consistente de geração de caixa elevada, o que é fundamental não apenas para garantir rentabilidade em tempos difíceis, mas também para viabilizar novos investimentos e expansões.
Potencial de Crescimento Acelerado: Um dos principais motores de crescimento futuro da Prio é a entrada em operação do campo de Wahoo, prevista para 2025. Esse novo ativo deve contribuir com aproximadamente 40 mil barris por dia à produção da companhia, que deverá saltar de 108 mil para cerca de 170 mil barris diários em apenas dois anos. Essa expansão reforça as perspectivas de aumento do Ebitda, cuja projeção é de crescimento superior a 50% até 2027 — percentual difícil de ser encontrado entre concorrentes.
Valuation Atraente: Após a recente desvalorização das ações junto com o setor, PRIO3 passou a ser negociada a múltiplos atrativos em relação ao seu potencial: cerca de 5 vezes o lucro e 3 vezes o Ebitda projetado para 2027. Esses indicadores sugerem um desconto relevante frente ao valor intrínseco da empresa e indicam excelente potencial de valorização para investidores de longo prazo.
Robustez Mesmo Diante de Desafios: A empresa, mesmo enfrentando atrasos em licenciamentos ambientais, tem conseguido manter o foco no crescimento sustentável e na entrega de resultados sólidos, o que reforça sua posição diante do cenário adverso.
Em meio a um ambiente desafiador para o setor petrolífero, a Prio se consolida como uma das melhores escolhas entre as petroleiras da bolsa brasileira. Sua combinação de baixo custo de produção, gestão eficiente, forte geração de caixa e um horizonte de expansão estruturada coloca a empresa em posição de destaque tanto para atravessar momentos de turbulência quanto para capturar ganhos relevantes quando o ciclo de alta retornar. Para investidores que buscam oportunidades com fundamentos sólidos, múltiplos atrativos e perspectiva clara de crescimento, a Prio se mostra uma alternativa diferenciada, capaz de transformar adversidade em oportunidade real de valorização no médio e longo prazo.