Ação da B3 escolhida por IA avança quase 12% hoje e +36% em novembro
A sequência de quedas nas bolsas globais nesta semana evidencia que o mercado passa por um ajuste de expectativas em relação às avaliações das empresas de tecnologia e inteligência artificial. O recuo generalizado indica que os investidores começam a exigir resultados concretos, e não apenas promessas, de um setor que sustentou boa parte da alta dos mercados ao longo do ano.
As ações recuaram com força na quarta-feira, refletindo a crescente dúvida quanto à sustentabilidade das valorizações no setor de tecnologia e IA.
Os mercados asiáticos tiveram suas maiores perdas em meses: o Nikkei do Japão e o Kospi da Coreia do Sul caíram acentuadamente, enquanto a SoftBank (TYO:9984) chegou a desvalorizar 14%, em meio a novas incertezas sobre o valor dos investimentos ligados à inteligência artificial. Os futuros europeus também recuaram, e os contratos norte-americanos indicavam novas perdas. Moedas sensíveis ao risco se enfraqueceram, o ouro subiu com a busca por proteção e o Bitcoin chegou a cair momentaneamente abaixo de US$ 100.000 antes de se recuperar.
A inovação que sustenta a inteligência artificial é real, mas inovação sozinha não justifica avaliações que, em muitos casos, ultrapassaram os lucros em proporções extraordinárias. O mercado agora cobra comprovação, não mais expectativa.
Nos últimos 12 meses, o entusiasmo com o crescimento movido pela IA sustentou ganhos recordes nas bolsas. Ainda assim, a alta foi restrita a um pequeno grupo de companhias de grande capitalização, cujo peso desproporcional influenciou os índices. Quando a confiança nesses poucos nomes enfraquece, todo o mercado sente o impacto. O movimento atual não é pânico, mas uma fase de descoberta de preços, uma correção após meses de valorização acelerada que deixaram pouco espaço para ajustes.
Essa etapa, embora desconfortável para parte dos investidores, é necessária e saudável. Ela restaura a disciplina dos mercados e separa as empresas que de fato geram ganhos de produtividade daquelas que dependem de expectativas especulativas. Correções raramente são bem-vindas no momento em que ocorrem, mas frequentemente pavimentam o caminho para uma expansão mais sólida.
Há algum tempo, nós da deVere alertamos sobre o distanciamento crescente entre o avanço tecnológico e a lucratividade das empresas. O ecossistema de IA e tecnologia vem operando em um formato de economia circular, em que fabricantes de chips vendem para grandes provedores de nuvem (hyperscalers), estes para desenvolvedores de software, e os desenvolvedores entre si.
Esse modelo cria a ilusão de crescimento contínuo, mas boa parte da demanda é reciclada dentro do próprio sistema. Enquanto o ciclo não gerar lucros mensuráveis, as avaliações permanecerão vulneráveis.
A retomada do ouro e do iene, aliada ao fortalecimento do dólar, mostra que os investidores estão migrando para posições mais defensivas. Até mesmo a breve queda do Bitcoin abaixo de seis dígitos indica que os ativos especulativos também estão sendo reavaliados sob a ótica do risco.
A correção atinge diversas classes de ativos e reforça a lembrança de que liquidez, por si só, não sustenta valorizações elevadas de forma indefinida.
Em meio à volatilidade, há oportunidades. Os mercados passam por um realinhamento depois de um período excepcional de otimismo. Para investidores de longo prazo, é nesse momento que o valor real começa a emergir. O ponto central não é se afastar da inovação, mas concentrar-se nos segmentos em que a IA e a tecnologia já produzem ganhos concretos.
O impacto prático da IA começa a se materializar em setores específicos: na energia, onde sistemas inteligentes reduzem desperdícios e otimizam o fornecimento; na logística, com automação que aumenta velocidade e precisão; na saúde, acelerando diagnósticos e ampliando a capacidade de atendimento; e nos serviços financeiros, onde o processamento avançado de dados reduz custos e melhora decisões. São áreas em que o potencial se converte em produtividade real e onde o lucro sustentável tende a crescer.
Os investidores não devem interpretar esse movimento como o fim da era da IA, mas como uma fase natural de evolução, algo que toda grande revolução tecnológica enfrenta. A internet nos anos 1990, a computação móvel nos 2000 e a energia renovável na década de 2010 também passaram por correções semelhantes. Em cada caso, as expectativas foram reajustadas, os agentes mais frágeis ficaram pelo caminho e os inovadores mais eficientes saíram fortalecidos.
A IA e a tecnologia continuam sendo as forças dominantes desta década, mas o mercado agora exige rentabilidade comprovada. A questão mudou: já não se trata apenas de “quão revolucionária é a tecnologia?”, mas de “quão lucrativa ela pode ser?”. Os investidores que se adaptarem a essa mudança, mantendo-se atentos e seletivos, estarão melhor posicionados para a próxima fase de crescimento sustentável.
Os períodos de volatilidade trazem os maiores aprendizados do mercado. O progresso é desigual, a inovação não garante sucesso financeiro e a disciplina segue sendo o alicerce da criação de riqueza no longo prazo.
A atual correção expõe a distância entre promessa e lucro, um intervalo que precisará ser fechado para que o próximo ciclo de alta da tecnologia se consolide. As empresas capazes de reduzir essa lacuna definirão o próximo capítulo do crescimento global. Quem investir com clareza e foco em produtividade, e não em especulação, será o verdadeiro vencedor.
A história da inteligência artificial está longe de acabar. O entusiasmo que a cerca é legítimo, mas as avaliações precisam agora se ajustar à realidade. Esta correção marca o início de uma fase mais sustentável, baseada em resultados concretos, e não em discursos.
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