O trecho abaixo é o qual consideramos o mais importante no mais recente RTI (Relatório Trimestral de Inflação).
A maior parte das revisões de indicadores de atividade econômica foram no sentido de uma recuperação ainda muito gradual, aquém das expectativas dos analistas e do próprio Banco Central, mantendo pelo grau de ociosidade na economia.
O Comitê deixa claro que a sinalização por uma possível reversão da atual política monetária não depende tão somente dos choques recentes, mas de sua continuidade ao ponto de atingir a cadeia de preços de maneira nítida ao ponto de elevar as projecoes de inflacao para além das metas determinadas pelo CMN.
Como não é o caso e pela necessidade ainda de uma prescrição de política monetária estimulativa, não vemos espaço, mesmo com a cautela do BC, para alterações nos juros ainda em 2018.
Segue abaixo os trechos que consideramos mais importantes:
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O Copom entende que deve pautar sua atuação com foco na evolução das projeções e expectativas de inflação, do seu balanço de riscos e da atividade econômica. Choques que produzam ajustes de preços relativos devem ser combatidos apenas no impacto secundário que poderão ter na inflação prospectiva (i.e., na propagação a preços da economia não diretamente afetados pelo choque). É por meio desses efeitos secundários que esses choques podem afetar as projeções e expectativas de inflação e alterar o balanço de riscos. Esses efeitos podem ser mitigados pelo grau de ociosidade na economia e pelas expectativas de inflação ancoradas nas metas.
Portanto, não há relação mecânica entre choques recentes e a política monetária.
O Copom reitera que a conjuntura econômica ainda prescreve política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural. Esse estímulo começará a ser removido gradualmente caso o cenário prospectivo para a inflação no horizonte relevante para a política monetária e/ou seu balanço de riscos apresentem piora.
Na avaliação do Copom, a evolução do cenário básico e do balanço de riscos prescreve manutenção da taxa Selic no nível vigente. O Copom ressalta que os próximos passos da política monetária continuarão dependendo da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação.
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