Os valores externos do óleo de soja subiram expressivamente na última semana, em mais de 15%, conforme o contrato futuro de primeiro vencimento (Jul/25) negociado na Bolsa de Chicago (CME Group). Nessa sexta-feira, 20, o produto chegou a operar no maior patamar desde outubro/23, tendo-se como base os contratos de primeiro vencimento. Segundo pesquisadores do Cepea, o impulso veio de expectativas de maior demanda pelo derivado para a produção de biodiesel nos Estados Unidos – recente proposta da Agência Nacional de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) prevê aumento na mistura do biodiesel ao óleo diesel nos próximos dois anos (2026 e 2027), e o óleo de soja é a principal matéria-prima do biocombustível. Além disso, o conflito no Oriente Médio tende a impactar na oferta e no preço do petróleo, contexto que reforçou o movimento de alta nas cotações do óleo de soja, de acordo com o Centro de Pesquisas. A forte valorização externa pressionou os prêmios de exportação do óleo de soja no Brasil, conforme levantamentos do Cepea. Pesa ainda o fato de a demanda brasileira por óleo estar baixa, devido à menor procura pelo setor de biocombustível no País.
MILHO: Com pressão compradora, cotações têm novas quedas
As cotações do milho seguem em queda no Brasil, refletindo sobretudo a pressão exercida por compradores, apontam levantamentos do Cepea. Também justificam o movimento de baixa a perspectiva de oferta elevada nas próximas semanas, as limitações na capacidade de armazenamento, além das desvalorizações externa e do dólar, que reduzem a paridade de exportação, conforme explicam pesquisadores do Cepea. Atualmente, a segunda safra de milho é estimada pela Conab em 101 milhões de toneladas, 12% superior à anterior e a segunda maior da série história da Companhia. Assim, de acordo com o Centro de Pesquisas, as quedas mais expressivas nos preços são observadas em regiões produtoras em que vendedores estão mais flexíveis neste início da colheita.
FEIJÃO: Preços de feijões comerciais seguem em queda
Levantamento do Cepea mostra que, por mais uma semana, os preços dos feijões de melhor qualidade seguiram firmes, enquanto os dos comerciais recuaram, especialmente nas regiões em que o volume ofertado aumentou diante do avanço da colheita da segunda safra. Pesquisadores do Cepea explicam que a disponibilidade de lotes de feijão com bom padrão segue limitada no mercado nacional, ao passo que, para os grãos comerciais, verifica-se acúmulo de oferta das safras anteriores e avanço da colheita atual. No campo, quase 90% da área do Paraná foi colhida até o dia 16 de junho, segundo o Deral/Seab. Em Santa Catarina, a Epagri/Cepa indicou que 94% da área foi colhida. No Rio Grande do Sul, a Emater/RS-Ascar estima que muitas regiões estavam finalizando a colheita, mas as atividades foram interrompidas e impactadas pelas chuvas constantes. A Conab apontou que produtores de Minas Gerais iniciaram a colheita da segunda safra e que as lavouras da Bahia apresentam bom desenvolvimento. A terceira safra, por sua vez, também segue em desenvolvimento, com semeadura avançada em Minas Gerais e Bahia, e início da colheita nas áreas mais precoces de Goiás.
MANDIOCA: Média cai pela 8ª semana consecutiva
Levantamentos do Cepea mostram que mandiocultores seguem divididos entre as atividades de plantio e o interesse pela comercialização, ainda visando se capitalizar para o cultivo da safra 2025/26, aumentando a oferta em um cenário de demanda mais arrefecida pela matéria-prima. Assim, os valores continuaram pressionados na última semana, e a média Cepea teve a 8ª queda consecutiva. O preço médio nominal a prazo para a tonelada de mandioca posta fecularia foi de R$ 525,20 (R$ 0,9134/grama de amido), recuo de 2,2% em relação ao período anterior e de 2,9% no acumulado de quatro semanas. Apesar das recentes quedas, a média atual supera em 15,2% a de intervalo equivalente do ano passado, em termos reais (deflacionamento pelo IGP-DI).