Pesquisadores do Cepea indicam que o mercado brasileiro de soja parece buscar um melhor direcionamento diante das recentes notícias sobre as safras na América do Sul, do ritmo de cultivo nos Estados Unidos e da guerra comercial entre o país norte-americano e a China. Diante disso, os valores da soja oscilaram na semana passada dentro de uma pequena faixa, mas, no geral, mostraram reação após as perdas registradas em semanas anteriores. Segundo pesquisadores do Cepea, no mercado spot nacional, enquanto o comprador segue tentando adquirir novos lotes a preços menores, produtores estão afastados do spot, à espera de novas reações. No mercado externo, os preços da soja estão em alta, impulsionados por condições climáticas adversas nos Estados Unidos e na Argentina.
MILHO: Colheita da 2ª safra é iniciada; preço segue em queda no Brasil
Ainda que de forma localizada e pontual, a colheita da segunda safra de milho foi iniciada no Paraná e em partes de Mato Grosso. Ao mesmo tempo, as atividades envolvendo a safra verão também avançam e se aproximam da reta final. Pesquisadores do Cepea indicam que, diante disso, o volume de cereal disponível para negócios está maior no mercado spot, contexto que vem pressionando as cotações. Já do lado da demanda, muitos agentes, atentos a esse cenário e a estimativas indicando safra abundante, se mantêm afastados, à espera de novas desvalorizações. No mercado externo, os preços do cereal avançam, influenciados por relatos de chuvas em excesso na Argentina, por tempestades em regiões produtoras dos Estados Unidos e também por previsões indicando possibilidade de geadas no Centro-Sul do Brasil na próxima semana. Pesquisadores do Cepea ressaltam que nem mesmos essa reação no valor externo foi suficiente para conter as quedas de preços no mercado brasileiro. Além do clima, o setor brasileiro também está atento aos desdobramentos diante da confirmação de caso de gripe aviária em granja comercial no Brasil, que pode impactar a demanda pelo milho no médio prazo.
FEIJÃO: Preços do carioca caem, mas valores do preto se sustentam
Levantamento realizado pelo Cepea em parceria com a CNA mostra que os preços dos feijões apresentaram variações distintas na terceira semana de maio, refletindo o avanço das atividades de colheita da segunda safra e a dinâmica da demanda por diferentes padrões de qualidade. Pesquisadores do Cepea destacam, porém, que as variações negativas foram menos intensas, o que, por sua vez, pode sinalizar que os preços teriam alcançado um patamar mínimo aceitável por vendedores. No caso do feijão carioca, dados do Cepea mostram que a fraca demanda resultou em queda nos valores especialmente em Goiás, Bahia e Rio Grande do Sul. Já para o feijão preto, a demanda mais aquecida acabou dando sustentação aos preços. Além disso, produtores estruturados optaram por armazenar os lotes do feijão preto, à espera de valorizações. No campo, a colheita da primeira safra está sendo finalizada, somando 97% da área até o dia 17 de maio, segundo dados da Conab. No caso da segunda safra, a colheita tem sido realizada sobretudo no Sul do País, totalizando praticamente metade da área cultivada. Segundo pesquisadores do Cepea, chuvas na região, no entanto, interromperam temporariamente as atividades nos últimos dias.
MANDIOCA: Demanda se aquece, e desvalorizações são minimizadas
A oferta de raiz de mandioca cresceu ao longo da semana passada na maioria das regiões acompanhadas pelo Cepea. Segundo pesquisadores, produtores buscaram se capitalizar, sobretudo para o plantio da safra 2025/26. A demanda pela raiz, por sua vez, se aqueceu, contexto que amenizou a pressão sobre os valores de comercialização. Levantamento do Cepea mostra que o preço médio da raiz de mandioca posta fecularia foi de R$ 544,77 na semana passada, pequeno recuo de 1,57% frente ao do período anterior.