Esqueça o trimestre
O CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, foi acusado por ter dito a verdade, somente a verdade, nada mais do que a verdade.
Qual foi seu crime, aos olhos de Wall Street?
Dimon afirmou, com todas as letras, que os CEOs e CFOs não deveriam sequer cogitar a publicação de guidances trimestrais ou anuais de lucratividade.
Como não dá para prever o futuro imediato, a única tarefa honrosa que sobra aos executivos é a de focar em performance de longo prazo.
A maior parte do mercado interpretou como desculpa por algumas linhas fracas nos resultados recentes do JPMorgan.
Eu boto fé no recado do Jamie:
“Don’t make earnings forecasts. You don’t know what’s going to happen every quarter. I don’t even care about quarterly earnings”.
Vendidos, me mordam
Focados em performance de longo prazo, os analistas do JPMorgan constatam que as posições vendidas em Bolsa americana continuam em níveis perigosos.
A proporção entre papéis efetivamente alugados e papéis disponíveis para alugar roda hoje a 7%, na máxima dos últimos três anos
Não poderia ser diferente às vésperas (?) de uma icônica contração monetária...
Mas será que esses níveis são mesmo perigosos?
Vejo duas interpretações:
(i) Perigo sim, pois a teimosia dos vendidos demonstra a convicção de suas apostas.
(ii) Na verdade, oportunidade, pois se esses vendidos tiverem que cobrir suas posições, o S&P dará mais um salto.
2017 está logo ali
Voltando à vaca fria nacional, juros futuros descartam qualquer possibilidade de aumento da Selic nesta quarta-feira.
Com retração do PIB projetada em -3% para 2015, fica difícil dar sequência à contração monetária (isso para não falar em dominância fiscal).
Em tese, o Banco Central deveria adequar seu discurso, reconhecendo que o IPCA só convergirá para o centro da meta em 2017. O problema é que, se fizer isso, Tombini pode comprometer inclusive a convergência de 2017.
Ao Bacen, é proibido dizer a verdade. Ao pronunciá-la, ela se tornaria mentira.
Sem credibilidade, temos que mirar agora para acertar depois.
Gelo sintético
Dilma disse hoje, lá da Finlândia:
“É garantido que vamos superar essa crise”.
Concordo 100% com Dilma; embora não ache que vamos superar a crise por causa da presidente, mas sim apesar dela.
Alguém realmente imagina que seguiremos mergulhados numa crise por cinco ou dez anos?
Os exemplos próximos disso - Argentina, Venezuela - são muita exceção e pouca norma.
Dilma também revelou que teve uma recepção bastante calorosa em Helsinque.
Nesta terça, os termômetros de lá marcam mínima de 6ºC e máxima de 7ºC.
Jardim de Epicuro
Tecnisa (SA:TCSA3) vendeu 17,5% de sua participação no Jardim das Perdizes para os texanos da Hines, por R$ 180 milhões.
PDG (SA:PDGR3) também vendeu R$ 160 milhões do Jardim para a Hines.
Ignorando aqui as implicações sobre Tecnisa e PDG (que já foram tratadas no Daily Pro, pela manhã), atentamo-nos para uma verdadeira obviedade: só há vendedor quando acompanhado de um comprador do outro lado do balcão.
Por que a Hines gostou tanto do Jardim?
As dificuldades vividas pelo mercado imobiliário inspiram oportunidades a quem está preparado.
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