Mercado eleva novamente projeção da Selic em 2025 com inflação mais alta, mostra Focus

Publicado 02.12.2024, 09:03
Atualizado 02.12.2024, 09:06
© Reuters. Feira no Rio de Janeiron02/09/2021. REUTERS/Ricardo Moraes

SÃO PAULO (Reuters) - Analistas consultados pelo Banco Central subiram novamente sua projeção para o nível da Selic no próximo ano, em meio a expectativas também mais altas para o avanço do IPCA em 2024, 2025 e 2026, confirmando ainda uma esperada alta de 0,5 ponto percentual para a taxa básica de juros na última reunião do Copom no ano, de acordo com a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a mediana das expectativas para a taxa básica de juros ao fim do próximo ano agora é de 12,63%, de 12,25% na semana anterior.

Para o fim de 2024, a projeção para a Selic, atualmente em 11,25%, manteve-se em 11,75% pela nona semana consecutiva. O BC volta a se reunir neste mês para a última decisão de política monetária do ano.

Em novembro, o Copom decidiu acelerar o ritmo de aperto nos juros ao elevar a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, a 11,25% ao ano, em decisão unânime de sua diretoria que não indicou os próximos passos da política monetária.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda um aumento na projeção para o IPCA neste ano, agora com alta de 4,71% -- acima do teto da meta perseguida pelo BC --, ante 4,63% há uma semana. Em 2025, o avanço do índice deve chegar a 4,40%, acima dos 4,34% projetados anteriormente.

Já em 2026, a nova projeção é de que o IPCA tenha alta de 3,81%, de 3,78% há uma semana.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual.

As alterações nas projeções para a Selic e a inflação ocorrem na esteira de dados acima do esperado para o IPCA-15 na semana passada, além do pessimismo que marcaram as últimas sessões em decorrência do anúncio pelo governo de um projeto de reforma do Imposto de Renda.

O IBGE informou na terça-feira que o IPCA-15 acelerou para uma alta de 0,62% em novembro, de um avanço de 0,54% em outubro. Economistas consultados pela Reuters esperavam que a inflação desacelerasse para 0,48% na base mensal.

Em 12 meses, o IPCA-15 atingiu uma alta de 4,77% em novembro, ante 4,47% em outubro, superando o teto da meta para a inflação.

O mercado também tem reagido negativamente à divulgação pelo governo de um plano para expandir a faixa de isenção do IR para quem ganha até 5 mil reais, que veio acompanhado de um esperado pacote de medidas de contenção de gastos.

Investidores avaliaram que o pacote fiscal, que prevê uma economia de 71,9 bilhões de reais nos próximos dois anos, veio em linha com as expectativas, mas o anúncio concomitante da reforma do IR teria sinalizado um descompromisso do Executivo com o ajuste das contas públicas, uma vez que o projeto tem sido visto como um contraponto às medidas de contenção de gastos.

Na sexta-feira, diante da repercussão negativa dos planos do governo, o dólar à vista fechou o dia com alta de 0,17%, cotado a 6,0012 reais -- maior valor nominal de fechamento da história e pela primeira vez acima dos 6,00 reais em um encerramento de sessão.

No Focus desta segunda, houve novo aumento na expectativa para a cotação do dólar em 2025, agora em 5,60 reais, de 5,55 reais na semana anterior. Em 2024, a moeda norte-americana deve atingir 5,70 reais ao fim do ano, segundo os analistas, mesma projeção da última pesquisa.

Sobre o PIB brasileiro, a previsão é de que a economia do país cresça 3,22% neste ano, acima da expectativa de 3,17% semana anterior. Em 2025, a projeção é de que a expansão seja de 1,95%, a mesma da semana anterior.

 

 

(Por Fernando Cardoso)

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