Bitcoin luta para se manter acima de US$ 111 mil em meio à pressão vendedora
A economia brasileira vive um momento ímpar. Por um lado, o país tem se desindustrializado e vem perdendo produtividade.
A educação de ponta é fornecida apenas para uma população muito restrita.
Por outro lado, temos uma carga tributária elevada que, somada a uma taxa de juros também alta, penaliza sempre o consumidor final.
O empresário acaba repassando esse custo ao cliente, que muitas vezes tem uma renda comprimida. Segundo o IBGE, a renda média brasileira está em R$ 3.410,00, enquanto o DIEESE estima que a renda mínima necessária seria R$ 7.528,56.
Ainda temos a inflação que no acumulado em 12 meses, teve recuo de 5,35% para 5,23%.
Apesar da desaceleração, a inflação segue acima da meta do Banco Central (3,0%) e do teto da banda de tolerância (4,5%), isso significa manutenção de juros altos.
A economia real tem dado sinais de que já não suporta esse modelo. A região do Brás, em São Paulo, é um exemplo atual: lojistas têm reclamado de que as vendas andam baixas e falta mão de obra qualificada.
Coincidentemente, na semana passada saiu um estudo da FGV Ibre mostrando que o valor pago pelo Bolsa Família mais que triplicou de 2019 a 2023, passando de cerca de R$ 190 para R$ 670, e o alcance do programa saltou de 14 milhões para 21 milhões de famílias beneficiárias.
Algo semelhante ocorreu entre a juventude norte-americana durante a pandemia, quando o governo pagava um auxílio de US$ 300 por semana.
Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), a inadimplência chegou a 30,2% da população brasileira — o maior nível desde setembro de 2023.
O Brasil é conhecido como paraíso dos bancos, que operam com altos spreads e garantem lucros excepcionais.
Na última semana, fomos surpreendidos: o Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) divulgou seu lucro líquido em queda de 60% no segundo trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.
Essa queda, quando analisada de perto, revela um cenário nada promissor. Mesmo com condições macroeconômicas favoráveis, o setor agro passa por uma onda de recuperações judiciais após revés na safra de grãos passada. A inadimplência do setor subiu para 3,49% — ante 3,04% no período anterior.
No segmento de pessoa física, o índice de atrasos passou de 4,81% em junho de 2024 para 5,59%; no de empresas, avançou de 3,38% para 4,18%. O índice geral de inadimplência, que estava em 3% há um ano, agora é de 4,21%.
O Paraguai serve como exemplo: cresceu, em média, 3% nos últimos 10 anos. O país tem estabilidade macroeconômica e implementou reformas estruturais que deram melhores condições para o empresário trabalhar.
O Brasil precisa pensar em crescimento sustentável. É preciso aumentar a produtividade, reduzir a carga tributária e lidar com uma taxa de juros média de 13%, que encarece o crédito e pressiona a inflação.
Enquanto outros bancos mantêm lucros sólidos, o impacto no Banco do Brasil reflete sua maior exposição a setores mais vulneráveis, como o agro.
Se não houver reformas, como o país vai competir com vizinhos mais ágeis, como o Paraguai?