Publicado originalmente em inglês em 06/07/2021
Em comparação com o mercado mais amplo, a Tesla (NASDAQ:TSLA) (SA:TSLA34) está perdendo feito até agora no ano.
Os investidores ficaram com um pé atrás em relação à maior fabricante mundial de veículos elétricos (VEs), em meio a maiores ameaças competitivas de montadoras tradicionais, sinais de uma possível desaceleração das vendas na China e persistente escassez de semicondutores.
Mas, desde o último mês, começaram a surgir indicações de que o ciclo de baixa das ações da Tesla havia acabado e os investidores estavam aproveitando a fraqueza dos papéis para comprá-los. As ações da fabricante de VEs sediada em Palo Alto, Califórnia, valorizaram-se mais de 13% no último mês, praticamente recuperando todas as perdas registradas no acumulado do ano. A TSLA fechou na sexta-feira a US$ 678,90, uma queda de cerca de 4% no ano.
Para os investidores da Tesla, talvez o melhor aspecto do atual repique seja o fato de as ações da empresa estejam encontrando suporte em diversos catalisadores positivos. A companhia disse aos investidores, na sexta-feira, que havia entregado 201.250 carros em todo o mundo no segundo trimestre, um número recorde, apesar da falta de circuitos integrados (chips) e preocupações com o arrefecimento do mercado chinês.
A maior parte das vendas no período foi do sedã Model 3 e do crossover Model Y, que são produzidos em Xangai e Fremont, Califórnia. Esses países são os maiores mercados da Tesla. Esse bom número de entregas indica que o CEO Elon Musk deve apresentar mais um trimestre forte quando a companhia divulgar seu balanço do 2º tri no fim deste mês.
Em nota aos clientes, Daniel Ives, analista da Wedbush Securities:
“Neste trimestre, Musk e companhia tiveram um desempenho impressionante e agora, com resultados fortes no segundo semestre, a companhia pode conseguir atingir cerca de 900 mil veículos entregues no ano, uma importante meta de desempenho.”
Além do aumento de produção da Tesla a cada trimestre, a melhora do sentimento com ações de crescimento também estão ajudando.
Grandes nomes do setor de tecnologia, como Facebook (NASDAQ:FB) (SA:FBOK34), Alphabet (NASDAQ:GOOGL) (SA:GOGL34) e Microsoft (NASDAQ:MSFT) (SA:MSFT34) voltaram a tocar máximas recordes com a diminuição do medo de inflação e melhor perspectiva para as ações de tecnologia, enquanto a reabertura da economia americana ganha fôlego.
Analistas divididos com a Tesla
Apesar desses sinais positivos, os analistas de Wall Street continuam divididos em relação ao desempenho do papel neste ano, após um rali de mais de 700% em 2020. Dos 24 analistas que cobrem o papel, 10 recomendam compra, 7 indicam venda e outros 7 se mantêm neutros. O preço-alvo médio está 10,39% abaixo do último preço de US$ 678,90, de acordo com a TipRanks.
Analistas do UBS explicaram, em nota recente, que a maior concorrência no mercado de VEs é um dos fatores-chave para o menor brilho das ações da Tesla neste ano.
“Nossa principal preocupação no curto prazo é que a demanda da Tesla na China está desacelerando, e nossos análises locais sugerem que os [veículos movidos à bateria] de marcas domésticas estão ganhando terreno, o que pode acabar pressionando as margens da empresa americana", afirmou Patrick Hummel, do UBS, em nota recente.
Hummel, além de manter uma classificação neutra para a ação e reduzir seu preço-alvo de US$ 730 para US$ 660, afirmou que a pressão de outras fabricantes de VEs continuará pesando sobre a Tesla. Sua nota diz ainda:
“Em termos de valor de mercado, os lançamentos de VEs de concorrentes com boa autonomia, desempenho de carga e custo-benefício podem continuar pesando sobre o valor que o mercado está disposto a atribuir ao crescimento de longo prazo da Tesla”.
Conclusão
A perspectiva de curto prazo para a Tesla melhorou depois que a companhia produziu mais carros no 2º tri do que os analistas esperavam. Isso mostra que a empresa está conseguindo superar os problemas de cadeia de fornecimento que estão afetando outras fabricantes tradicionais.
Esse impressionante desempenho, entretanto, pode não ser suficiente para que a ação continue subindo em relação aos níveis atuais, devido a preocupações cada vez maiores com a concorrência.