Você não pode perder (é hoje!)
Esta quarta-feira é marcada por eventos emblemáticos. Você terá pouco tempo para respirar...
Após ler o M5M, estará preparado para acompanhar o resultado da reunião do Banco Central americano, às 16hs. Qual a importância disso?
Ela muito provavelmente marcará o fim - enfim - do processo de estímulo monetário nos EUA. Tempestade Perfeita? Talvez não seja propriamente a chuva que desejamos, mas, sim, ela virá. O recrudescimento das condições de liquidez global virá simultaneamente a um downgrade do rating brasileiro, até mesmo com o investment grade em risco - já tomamos um alerta nesta semana.
Depois disso, o Bacen daqui é quem dá as caras no início da noite. Ainda deve manter a Selic em 11%, mas se tiver algum viés será de discurso é de juro para cima. Sabe como é, depois da eleição, com iminente desrepresamento dos preços...
Para coroar, de posse destas informações, você não pode perder, às 20h30, um webinar gratuito que faremos sobre o cenário de investimentos pós-reeleição. Os camaradas Felipe e Rodolfo (analistas da casa) trarão ao vivo dicas de aplicação para o segundo mandato, com direito a brinde no final. Basta acessar o link.
Para fechar o dia com chave de ouro, depois do Webinar você está liberado para assistir às semi-finais da Copa do Brasil. Mas, depois de consultar os búzios, já adianto: passarão Santos e Flamengo.
Pelo menos “no que se refere” a futebol, minha bola de cristal não costuma falhar.
Café da manhã com laranjas
Completando a agenda do dia, de trás para frente, hoje pela manhã fomos tomar um café e ouvir o que tem a dizer o pessoal da Klabin (KLBN4).
Klabin é do setor de papel e celulose, uma par, embora bastante impreciso, das famosas Suzano (SUZB5) e Fibria (FIBR3), nos holofotes - e disparando - com a escalada do dólar.
Mas ela, Klabin, tem a sua dinâmica própria...
O mercado interno predomina nas vendas das Klabin. Apenas 25% das suas receitas são em moeda estrangeira... Trocando em miúdos, ela ganha menos com o dólar em alta, mas também não perde tanto no efeito do câmbio no endividamento.
É uma belíssima empresa, sem nenhuma dúvida, mas não surfa a onda de dólar das Embraer (EMBR3), Suzano (SUZB5), Fibria (FIBR3), Vale (VALE5), Braskem (BRKM5)...
No café da manhã, cuidado para não confundir laranja com maçãs.
O dia D
Poxa, mas se de fato o Federal Reserve zerar o programa de compra de títulos, enxugando assim a liquidez dos mercados, porque raios as Bolsas externas estão reagindo relativamente bem hoje?
Aos 45 do segundo tempo, a zeragem do “Quantitative Easing” é o óbvio, a notícia amplamente esperada. A expectativa que tomou conta dos mercados nos últimos dias é por sinalizações “dovish”em torno do juro básico dos EUA, que ficaria baixo por um longo tempo.
A desaceleração da economia global e o easing europeu atrasando o aperto monetário norte-americano.
O país da vol
Há algo de podre no reino dos títulos públicos.
Títulos podres???
Pelo menos por enquanto não. O alerta das agências de rating já havia sido dado: considerando a diferença entre as duas propostas, as agências esperariam o resultado das eleições para reposicionar a classificação de risco brasileira.
A perspectiva predominante é negativa, para possível rebaixamento adicional da nota. Neste sentido, a reeleição não ajuda, mas vamos ver até onde a retórica de união e a possibilidade de ceder aos anseios do mercado por mudança (colocando potencialmente um banqueiro ladrão de comida de criancinhas) comove S&P, Fitch e Moody’s.
No meio da indefinição dos quadros econômicos, a grande questão é quem estaria disposto a se posicionar de maneira consistente em ativo de risco brasileiros, no escuro?
Reflexo da montanha-russa tupiquim, o mercado de títulos brasileiros (Tesouro Direto) enfrenta a seguinte rotina:
O diabo da renda fixa é que ela varia. Curioso, né?
Nada como um dia após o outro (capítulo infinito)
Falando em volatilidade, nada como citar a ação mais volátil do mundo em 2014, segundo as estatísticas da Bloomberg.
Ontem as ações da Petro dispararam em resposta à expectativa de reajuste no preço dos combustíveis, depois que fontes do governo ventilaram à imprensa que o tema estaria na pauta da reunião da próxima reunião do Conselho da companhia, esta sexta-feira...
Hoje, as ações da estatal voltam a cair forte, entre as principais baixas do pregão, depois que fontes do governo afirmaram à imprensa que dificilmente o reajuste será aprovado agora, que a queda do preço do petróleo no mercado internacional levou os preços internos para próximo da paridade (ainda que momentaneamente).
Diante disso, pergunto: depois da milésima promessa de reajuste potencialmente não confirmada, quem será que está por trás da volatilidade das ações da Petro? Seria simplesmente a personificação do diabo na terra, também conhecida como “especulador”?
E ainda: em tese ainda não sabemos quem de fato está ganhando com a ingerência política e com os escândalos de corrupação na estatal... Agora, quem de fato está ganhando com a montanha-russa das ações da Petro?