SÃO PAULO (Reuters) - As estimativas de exportação de soja e farelo do Brasil em 2023 foram elevadas nesta quarta-feira pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), com maior demanda chinesa pela oleaginosa, enquanto indústrias do país ocupam espaços deixados pela Argentina no mercado do produto processado.
Segundo a associação que reúne as principais tradings e processadoras do setor, a exportação de soja do Brasil em 2023 agora está estimada em recorde de 93,7 milhões de toneladas, alta de 1,4 milhão de toneladas ante a previsão de março.
Isso representa um salto ante o total de 2022 (78,7 milhões), quando a colheita brasileira sofreu impacto da seca.
"A exportação da soja em grão cresce... por uma maior demanda da China e demais países asiáticos pelo grão", afirmou o economista-chefe da associação, Daniel Amaral, em nota à Reuters.
Segundo ele, a previsão das exportações do farelo de soja também tem um ligeiro incremento, de 20,7 milhões para 21 milhões de toneladas, "principalmente por conta de uma menor disponibilidade do produto da Argentina no mercado". A exportação de farelo de soja vai aumentar este ano quase 700 mil toneladas ante 2022.
Neste ano, a colheita da Argentina, tradicionalmente o maior exportador global de farelo e óleo de soja, foi severamente afetada pela seca, enquanto no Brasil a safra deverá somar um recorde de 153,6 milhões de toneladas, previsão da Abiove que foi mantida ante março, marcando ainda avanço na comparação com as 129,9 milhões de toneladas de 2022.
Com alta nos volumes exportados, as receitas com exportações do complexo soja (grão, farelo e óleo) do Brasil foram estimadas pela Abiove em recorde de 67,37 bilhões de dólares, ante 66,4 bilhões na previsão anterior, e também com aumento versus os 60,95 bilhões de dólares do ano passado.
A associação ainda manteve nesta quarta-feira a projeção de processamento de soja em um recorde de 52,5 milhões de toneladas em 2023, com aumento de 1,6 milhão de toneladas na comparação com 2022.
(Por Roberto Samora)