Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - A safra e a exportação de soja do Brasil em 2023 foram revisadas para cima nesta quinta-feira, de acordo com previsões da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), com expectativa de recordes para o maior produtor e exportador global da oleaginosa.
Com os trabalhos de colheita virtualmente encerrados, a produção foi estimada em 155 milhões de tonelada, alta de 1,4 milhão na comparação com a previsão anterior, de abril. Com clima favorável e aumento de área plantada, a produção nacional cresce quase 20% ante 2022.
Segundo a associação que reúne as principais tradings e processadoras, a exportação de soja do país neste ano foi vista agora em 95,7 milhões de toneladas, 2 milhões de toneladas acima da previsão anterior, contra 78,7 milhões no ano passado.
Com a demanda externa por farelo de soja aquecida devido à quebra de safra na Argentina, o processamento de soja brasileira em 2023 foi estimado em recorde de 53 milhões de toneladas, alta de 500 mil toneladas versus a estimativa prévia e contra 50,9 milhões em 2022.
A produção de farelo de soja deverá somar 40,6 milhões de toneladas, contra 40,2 milhões projetados anteriormente, enquanto a estimativa de exportação subiu 400 mil toneladas, para 21,4 milhões de toneladas.
A Abiove projeta salto de 21,6% no volume exportação de soja do Brasil em 2023 ante 2022, com o país aproveitando a safra recorde, enquanto o embarque anual de farelo deve subir 5,16%. A exportação de óleo de soja deve ter queda de 17,2% versus 2022.
A associação, por outro lado, reduziu a previsão de receita com exportações do complexo soja para recorde de 65,9 bilhões de dólares, ante 67,4 bilhões na previsão de abril, por menores preços do grão, farelo e óleo, à medida que o Brasil colheu uma safra recorde.
Ainda assim, o valor estimado representa um aumento anual de 5 bilhões de dólares, pelos maiores volumes de soja e farelo. A indústria de soja é a maior exportadora do Brasil.