LONDRES (Reuters) - A oferta global de petróleo pode cair e se alinhar à demanda mais velozmente se Opep e a Rússia fecharem acordo para reduzir suficientemente a produção, mas ainda não é claro o quão rapidamente isso poderia acontecer, disse a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) nesta terça-feira.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), liderada pela Arábia Saudita, concordou no mês passado com um corte de produção para entre 32,5 milhões e 33 milhões de barris por dia, e a Rússia sinalizou que está pronta para se juntar a qualquer esforço para moderar a oferta e reduzir um excedente global de petróleo.
A sobreoferta ajudou a derrubar os preços do petróleo de 115 dólares o barril em junho de 2014 para até 27 dólares em janeiro deste ano. Desde então, as cotações se recuperaram para cerca de 50 dólares diante das expectativas de um corte da produção.
A IEA disse em seu relatório de agosto que espera que a demanda de petróleo global cresça em 1,2 milhão de barris por dia no próximo ano, mantendo inalterada sua projeção do mês anterior, mas cortando sua estimativa de crescimento em 2016 em 40 mil bpd, para cerca de 1,2 milhão de bpd, ante 1,3 milhão no mês passado.
"Mesmo com dados sinais preliminares de que os grandes estoques estão começando a cair, nossa projeção de oferta e demanda sugere que o mercado-- se deixado livre --poderá se manter com excesso de produção ao longo do primeiro semestre do próximo ano", disse a IEA.
"Se a Opep se comprometer com sua nova meta, o reequilíbrio do mercado pode vir mais rápido", acrescentou a agência. "Neste ponto, é difícil avaliar como o corte de oferta da Opep, se confirmado, vai afetar o equilíbrio dos mercados."
A agência disse ainda que uma retomada significante na produção da Líbia e da Nigéria e um crescimento maior no Irã podem levar à necessidade de cortes maiores pelos outros países, como a Arábia Saudita, para que se alcance a meta de produção.
(Por Amanda Cooper)