BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério da Agricultura prevê conseguir uma redução de ao menos um ponto percentual nas taxas de juros do Plano Safra 2018/19, disse nesta terça-feira o novo secretário de Política Agrícola da pasta, Wilson Vaz.
"Olhando pelo lado de queda na Selic e na inflação, acho que isso (um ponto percentual) é o mínimo que a gente pode conseguir", afirmou Vaz após reunião com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, e a secretária-executiva da Fazenda, Ana Paula Vescovi.
"Se a Fazenda nos der um ponto percentual, vamos negociar (uma redução maior)... mas qual o tamanho que vamos chegar nessa negociação não posso afirmar", destacou Vaz, que assumiu o posto após o secretário anterior, Neri Geller, deixar o cargo em abril para disputar as eleições.
Vaz enfatizou que as negociações sobre o tema ainda estão em curso e que o papel do ministério é chegar a um "denominador" comum entre o setor e a equipe econômica.
"Tem a demanda dos agricultores... mas tem o outro lado, que é o da oferta de recursos e do impacto no orçamento da União... Nós, da Agricultura, temos de buscar um equilíbrio entre isso aí e, é claro, buscar uma redução que seja possível e também significativa", completou.
O Plano Safra, que normalmente conta com uma boa parcela de juros subsidiados pelo governo, é sempre muito aguardado por produtores do país, que o utilizam para custeio da produção, construção de armazéns, compra de maquinários, comercialização das colheitas, entre outras atividades.
Em março, o então secretário Geller disse à Reuters que o Plano Safra 2018/19 teria um aumento de até 2 por cento nos recursos e juros menores. No atual programa, o de 2017/18, as taxas variam entre 6,5 e 8,5 por cento.
Em relação ao montante que deve ser disponibilizado no Plano 2018/19, Vaz disse que deve ser próximo ao de 2017/18: "Um pouquinho a mais, um pouquinho a menos".
Conforme o novo secretário, o Plano Safra 2018/19 deve ser anunciado na primeira semana de junho.
(Por Mateus Maia)