SÃO PAULO (Reuters) - A segunda safra de milho do centro-sul do Brasil, que nos últimos anos tem ganhado cada vez mais importância para a oferta nacional, deverá recuar 7,4 por cento na temporada 2014/15 na comparação com a anterior, para 41,3 milhões de toneladas, estimou nesta quinta-feira a consultoria AgRural.
A safrinha, que no ano passado foi maior que a primeira safra, deverá cair por conta de um recuo de área de área plantada, após um atraso pela seca do plantio de soja, que é semeada antes do cereal, aumentando os riscos para o milho.
"Apesar do risco de produtividade menor por conta da redução das chuvas no Centro-Oeste e de geadas no Paraná e sul de Mato Grosso do Sul, muitos produtores usam a alta recente dos preços para justificar a intenção de plantar milho após a janela ideal", afirmou a consultoria em sua primeira projeção para a também chamada safrinha.
Estimativa de intenção de plantio finalizada nesta quinta-feira pela AgRural aponta redução anual de 6,2 por cento no centro-sul, para 7,697 milhões de hectares.
"Considerando números estáveis da Conab para Norte e Nordeste, a área (da safrinha) do Brasil fica em 8,672 milhões de hectares (-5,6 por cento) e a produção em 44,9 milhões de toneladas (-6,9 por cento)", acrescentou a AgRural.
COMERCIALIZAÇÃO DESLANCHA
Os negócios antecipados da safrinha 2015 deslancharam em novembro devido aos preços mais altos.
O mês terminou com 11 por cento da produção esperada no centro-sul já vendida, bem à frente do 1 por cento do ano passado, quando estava começando a comercialização da safrinha 2014.
"Com 18 por cento da safrinha já comprometida, Mato Grosso lidera as vendas", disse a AgRural, destacando que a queda de área no Estado, o principal produtor brasileiro, foi limitada por uma recuperação de preços do milho e pela queda da rentabilidade do algodão.
(Por Roberto Samora)