SÃO PAULO (Reuters) - As estimativas de safras de soja e milho 2022/23 do Brasil foram reduzidas pela consultoria AgRural, principalmente em razão dos efeitos da estiagem no Rio Grande do Sul, disse a empresa de análises em nota nesta segunda-feira.
A consultoria reduziu em 700 mil toneladas sua previsão para a safra de soja 2022/23, alcançando 152,9 milhões de toneladas. O ajuste reflete um corte de 1,1 milhão de toneladas para a produção no Rio Grande do Sul e ajustes negativos pontuais no Paraná e em Mato Grosso do Sul, que foram parcialmente compensados por pequenos incrementos em outros Estados.
Já a produção de milho total em 2022/23 foi estimada em 123,9 milhões de toneladas, ante 124,3 milhões previstos anteriormente, com mais um ajuste negativo na safra de verão do Rio Grande do Sul.
Em relação à colheita, a AgRural disse que a colheita da safra 2022/23 de soja chegou a 1,8% da área cultivada na última quinta-feira, triplicando em relação aos 0,6% da semana anterior. Mesmo assim, ainda há atraso na comparação com os 4,7% do mesmo período do ano passado.
"Além de uma leve melhora de ritmo em Mato Grosso, onde a semana foi marcada por aberturas de sol um pouco mais consistentes, as colheitadeiras começaram a entrar em campo em outros Estados importantes, com destaque para Bahia e Goiás".
Também já há colheita no Paraná, segundo a AgRural, mas os trabalhos ainda são extremamente localizados, pois há pouca soja pronta devido ao alongamento do ciclo das lavouras.
Com a colheita da soja ganhando um pouco mais de ritmo em Mato Grosso, os produtores começaram o plantio da safrinha 2023 de milho, disse a consultoria. Até a última quinta-feira, a semeadura do cereal cobria 1% da área estimada para o Centro-Sul do Brasil, contra 5,4% um ano atrás, com trabalhos ainda restritos a Mato Grosso.
(Por Letícia Fucuchima e Gabriel Araujo)