BRASÍLIA (Reuters) - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Dias Toffoli, disse nesta quinta-feira que a eleição presidencial deste ano é "página virada" para a Justiça Eleitoral e que "não há espaço para um terceiro turno".
As declarações de Toffoli foram feitas pouco depois de o PSDB entrar com um pedido no TSE pela cassação do registro da candidatura da presidente Dilma Rousseff, reeleita em outubro, por abuso de poder político e econômico.
"As eleições de 2014, concluídas no dia 26 de outubro deste ano, para o Poder Judiciário Eleitoral é uma página virada", disse Toffoli em discurso durante a cerimônia de diplomação de Dilma.
O principal partido de oposição também pediu a diplomação do candidato tucano Aécio Neves, derrotado no segundo turno das eleições, como presidente da República.
"Não haverá terceiro turno na Justiça Eleitoral", garantiu Toffoli.
"Que os especuladores se calem. Já conversei com a Corte e é essa a posição, inclusive, do nosso corregedor-geral eleitoral, com quem conversei, e de toda a composição. Não há espaço, repito, para terceiro turno que possa vir a cassar o voto destes 54.501.118 eleitores", acrescentou Toffoli, referindo-se ao número de votos dados a Dilma no segundo turno.
Aécio perdeu para Dilma no segundo turno da eleição presidencial mais acirrada desde a redemocratização.
No pedido ao TSE, os tucanos afirmam que o governo adiou a divulgação de dados desfavoráveis ao governo para beneficiar Dilma e que a presidente usou discursos em cadeia nacional para se promover.
O PSDB também argumenta que a reeleição de Dilma tem "legitimidade tênue" por conta da vitória apertada que a petista conquistou nas urnas.
Aécio recebeu pouco mais de 51 milhões de votos, o equivalente a 48,36 por cento dos votos válidos.
(Reportagem de Jeferson Ribeiro)