ANÁLISE-Grandes empresas são os consumidores mais vorazes de energia solar e eólica dos EUA

Publicado 21.06.2017, 16:48
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LOS ANGELES (Reuters) - Grandes companhias dos Estados Unidos como Wal-Mart (N:WMT) e General Motors (N:GM) se tornaram alguns dos maiores compradores de energia renovável dos EUA, impulsionando o crescimento em uma indústria vista como essencial para ajudar norte-americanos a reduzir emissões de carbono.

No ano passado, quase 40 por cento dos contratos de energia eólica dos EUA foram assinados por consumidores de energia corporativos, junto com universidades e o Exército, ante apenas 5 por cento em 2013, segundo a Associação Americana de Energia Eólica (AWEA, na sigla em inglês).

Esses usuários também corresponderam a uma parcela sem precedentes de 10 por cento do mercado para projetos solares de larga escala em 2016, segundo dados da empresa de pesquisa GTM Research. Apenas dois anos antes, não havia nenhum.

O grande motivo: contas de energia mais baixas.

Os custos de energia solar e eólica estão caindo graças a avanços na tecnologia e à crescente produção global de painéis e turbinas. Associados a incentivos fiscais e outros, grandes consumidores de energia, como a GM, estão vendo que renováveis são competitivos e, muitas vezes, mais baratos que fontes convencionais de energia.

A montadora fechou acordos com duas fazendas de energia eólica do Texas que irão fornecer em breve eletricidade suficiente para alimentar várias unidades da GM, incluindo a planta de montagem de veículos utilitários esportivos em Arlington, no Texas, que produz os modelos Chevrolet Tahoe, Cadillac Escalade e GMC Yukon.

A companhia já está economizando 5 milhões de dólares por ano globalmente, segundo a Rob Threlkeld, o gerente global de energia renovável da GM, e se comprometeu a obter 100 por cento de sua energia de fontes limpas até 2050.

"Tudo foi motivado principalmente pela economia", disse Threlkeld. "Os custos eólicos e solares estão caindo tão rápido que eles se tornaram praticáveis."

A crescente demanda corporativa por energia limpa ocorre no momento em que o presidente dos EUA, Donald Trump, está defendendo combustíveis fósseis e marcando regulações ambientais como destruidoras de empregos. Neste mês, ele anunciou que os EUA irão deixar o Acordo de Paris, feito para combater mudanças climáticas, uma medida que foi condenada por diversos importantes executivos dos EUA, inclusive pelo presidente da General Electric (NYSE:GE), Jeff Immelt.

O governo Trump, no entanto, não fez nenhuma manobra para acabar com incentivos fiscais federais para projetos de energia renovável, graças principalmente a suporte bipartidário no Congresso. Muitos legisladores republicanos são de Estados que são grandes produtores de energia solar ou eólica, entre eles o Texas, Oklahoma e Iowa.

Companhias dos EUA, no entanto, estão indo atrás de suas próprias agendas de energia limpa, independentemente das políticas de Washington. Ao longo dos quatro últimos anos, corporações contrataram cerca de 7 gigawatts de energia renovável --o suficiente para alimentar mais de 1 milhão de casas. Esse número deve crescer para 60 GW até 2025, segundo o Edison Foundation Institute for Electric Innovation, uma utilidade sem fins lucrativos sediada em Washington, D.C.

(Por Nichola Groom)

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