Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) -A exportação de soja do Brasil em junho foi estimada em 14,88 milhões de toneladas, o maior volume da história para o sexto mês do ano se a projeção for confirmada, segundo dados da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
A Anec elevou a previsão nesta terça-feira em cerca de 1 milhão de toneladas na comparação com a projeção divulgada na semana passada.
A projeção indica aumento de aproximadamente 1 milhão de toneladas na comparação com junho do ano passado, ficando também 1,5 milhão de toneladas acima de maio deste ano.
Os embarques de junho do ano passado tinham sido os maiores da história para o mês, com 13,8 milhões de toneladas.
Mas a máxima histórica para todos os meses na exportação de soja, segundo dados da Anec, é de abril de 2021, com 15,7 milhões de toneladas.
Considerando os embarques previstos para junho, a exportação de soja prevista no primeiro semestre é de 67,2 milhões de toneladas, versus cerca de 65 milhões no mesmo período do ano passado.
A alta na projeção de embarques do país, o maior produtor e exportador global de soja, ocorreu após maiores vendas de produtores no último mês, depois uma valorização dos preços.
A Anec também projetou embarques mais altos de farelo de soja para 2,59 milhões de toneladas em junho, ante 2,38 milhões na semana passada, enquanto os volumes somaram 2,2 milhões de toneladas em junho do ano passado.
Já a previsão de exportação de milho do Brasil foi estimada em 1,02 milhão de toneladas em junho, o que seria cerca de 200 mil toneladas abaixo do mesmo mês de 2023. Na semana passada, a previsão de embarques era de 1,24 milhão de toneladas neste mês.
A alta do dólar para o maior nível frente ao real em cerca de 18 meses nos últimos dias tem ajudado a movimentar o mercado de milho de Mato Grosso, no momento em que o principal Estado produtor e exportador do país está com colheita acelerada da segunda safra.
Contudo, essa conjuntura não deve gerar embarques mais fortes do que o esperado de milho brasileiro já em junho, segundo especialistas ouvidos pela Reuters na véspera. As exportações mais fortes devem ser registradas a partir de julho e agosto.
(Por Roberto Samora, com reportagem adicional de André Romani; edição de Letícia Fucuchima)