(Reuters) - A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu nesta terça-feira adiar a análise de uma proposta que prevê a criação de uma compensação a ser paga aos operadores de hidrelétricas pela menor geração de suas usinas nos momentos em que são acionadas termelétricas emergenciais ou realizadas importações de energia.
A criação dessa compensação, que seria paga pelos consumidores por meio de um encargo, é uma demanda dos geradores hídricos desde 2015, quando o acionamento de termelétricas para aumentar a segurança do suprimento reduziu a produção hidrelétrica.
Mas a proposta preliminar de compensação sugerida pela Aneel ainda recebeu grande volume de críticas e sugestões por parte de representantes de investidores em geração nesta terça-feira, o que vai prolongar as análises sobre o tema.
O diretor da Aneel responsável pelo processo, Reive Barros, decidiu retirar a discussão de pauta após membros de associações que reúnem empresas de energia apresentarem seus comentários sobre a proposta durante a reunião de diretoria do órgão regulador.
"Os agentes apontaram a necessidade de ter mais tempo para considerações e ajustes no texto da resolução para dar maior clareza... Barros optou por retirar o processo de pauta para avaliar as sugestões e fazer os ajustes no texto da resolução", informou a Aneel, por meio da assessoria de imprensa.
A Reuters publicou na segunda-feira que técnicos da agência sugeriram que seja apurado mensalmente o montante de energia que as hidrelétricas deixaram de produzir devido a importações de energia ou devido ao uso de térmicas acionadas por questões de segurança ou restrição elétrica.
A proposta preliminar da Aneel é para que os geradores hídricos sejam compensados pela diferença entre o preço spot da energia no momento em que deixaram de gerar e um valor calculado pela agência, o PLDx, que seria fixado em 113,62 reais para 2017.
O indicador PLDx, inclusive, gerou críticas de alguns representantes dos geradores, que queriam um valor menor para o indicador --o que geraria compensações maiores.
(Por Luciano Costa em São Paulo)