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ANÁLISE-Real fraco e crédito mais barato aumentam ameaças à Amazônia

Publicado 09.12.2019, 18:37
Atualizado 09.12.2019, 18:41
ANÁLISE-Real fraco e crédito mais barato aumentam ameaças à Amazônia
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Por Gabriel Stargardter

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A baixa histórica na taxa de juros e a desvalorização do real frente ao dólar ameaçam acelerar o desmatamento da Amazônia, que já subiu significativamente durante o primeiro ano do presidente Jair Bolsonaro, que é favorável ao agronegócio, disseram economistas à Reuters. 

Com Bolsonaro afrouxando a fiscalização ambiental e a China abocanhando um volume recorde das exportações agrícolas brasileiras, os especialistas dizem que uma moeda fraca e crédito mais barato impulsionarão ainda mais o aprofundamento das fronteiras agrícolas na Amazônia. 

Os incentivos são abundantes para a compra de terras, investimentos em maquinário, plantio e pecuária e --alertam os especialistas-- para aumentar o desmatamento na floresta amazônica, um dos maiores fatores na contenção das mudanças climáticas. "É como uma tempestade perfeita que cria esse 'vale-tudo' na Amazônia", diz Edward Barbier, um economista que estuda desmatamento na Universidade do Estado do Colorado, nos Estados Unidos. "Eu acho que estamos vendo, potencialmente, o desmatamento sair fora do controle". 

Especialistas concordam que o principal motor do desmatamento foi o enfraquecimento da fiscalização ambiental que começou perto de 2012 e continua no governo de Bolsonaro, que enfraqueceu as instituições encarregadas de protegerem a floresta. 

Como evidência, é apontado o período entre 2004 e 2012, quando Brasil cortou o desmatamento em 80%, apesar dos altos preços das commodities. 

O atual boom do agronegócio brasileiro coincide com a eleição de Bolsonaro, que critica as multas por infrações ambientais e promete novas rodovias que atravessem a floresta. 

A principal parceira comercial do Brasil, a China, fustigada por uma guerra comercial com os Estados Unidos e por um surto de gripe suína, está engolindo a produção nacional de carne e grãos, e demonstrando poucas preocupações ambientais, ao contrário dos consumidores europeus. 

Além disso, a moeda brasileira chegou aos valores mais baixos de sua história nas últimas semanas, ao mesmo tempo que se espera que o Banco Central coloque as taxas de juro no patamar mais baixo da história na próxima quarta-feira. 

"Há diversos estudos científicos que mostram que há uma correlação positiva entre taxa de câmbio, taxas de juros, demanda global, seja da China ou da União Europeia... e desmatamento ilegal", disse Jan Börner, economista da Universidade de Bonn. 

Os últimos dados, que dão conta do período entre agosto de 2018 e julho de 2019, mostram que área aberta registrada é maior do que em qualquer momento nos últimos 11 anos. Dados preliminares sugerem que a taxa aumentou desde então. 

SÉRIE DE VITÓRIAS 

O agronegócio brasileiro cresce em saltos nas últimas décadas, ao passo que o país adapta técnicas industriais de produção agrícola a seu clima tropical. O setor superou o crescimento da economia nacional em seis dos últimos oito anos.

A última série de vitórias do setor começou no início de 2018, quando as eleições imprevisíveis enfraqueceram o real, beneficiando os exportadores. Desde então, enquanto a moeda se desvalorizou cerca de 25% em relação ao dólar, o setor agrícola desempenhou um papel crucial ao puxar a debilitada economia do país. 

De acordo com dados do terceiro trimestre publicados na semana passada, o agronegócio cresceu em 1,3% - mais que o dobro do ritmo da economia como um todo. 

Os produtores rurais contaram com mais um golpe de sorte em 2018, quando em resposta à guerra comercial travada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, Pequim impôs tarifas sobre a soja norte-americana. Os compradores chineses responderam comprando ainda mais da soja brasileira, mais barata, para alimentar a gigantesca criação de porcos do país. 

Com a absurda demanda, os fazendeiros brasileiros pediram o fim da proibição dos traders globais à compra de soja cultivada em partes da Amazônia desmatada após 2008.

((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES

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