GOIÂNIA (Reuters) - A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis (ANP) abrirá uma consulta pública sobre a proposta de uma resolução para reduzir o risco de desabastecimento de diesel S-10 no Brasil, a partir da manutenção de um estoque de 1,65 milhão de metros cúbicos do combustível, suficiente para garantir o suprimento em todo o país por cerca de 45 dias.
A reguladora propõe que no período de 1º de setembro a 30 de novembro, produtores e distribuidoras com participação igual ou maior que 8% na comercialização de diesel no segundo semestre do ano passado deverão manter estoques semanais médios de diesel S-10, sem mistura de biodiesel, iguais ou superiores a nove dias do volume comercializado no mesmo mês do ano anterior.
Segundo a ANP, os três meses são, historicamente, o período de maior demanda nacional, em função da safra agrícola e da temporada de furacões na região do Golfo do México, nos Estados Unidos, de onde o Brasil mais importa o combustível.
O governo brasileiro vem adotando medidas em relação ao monitoramento do abastecimento de diesel desde março, quando o Ministério de Minas e Energia criou o Comitê Setorial de Monitoramento do Suprimento Nacional de Combustíveis e Biocombustíveis, do qual a ANP faz parte.
O temor da falta do produto se intensicou com as sanções impostas pelos Estados Unidos e pela Europa à Rússia combinadas com o aumento das atividades econômicas em diversos países a partir do arrefecimento da pandemia do coronavírus.
O diesel S-10, com menor teor de enxofre, é usado em caminhões com motores fabricados a partir de 2012. Seu consumo representa 61% do mercado total de óleo diesel, percentual que, segundo a ANP, deve subir para 65% em 2023.
(Reportagem de Rafaella Barros)