BUENOS AIRES (Reuters) - As chuvas dos últimos dias na Argentina impulsionaram o plantio da soja 2022/23, que vinha atrasado, informou nesta quinta-feira a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BdeC), alertando, no entanto, que ainda existe a possibilidade de cortar sua previsão de área para a oleaginosa devido ao impacto anterior da uma seca prolongada.
A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, e a BdeC espera que 16,7 milhões de hectares sejam plantados com a oleaginosa nesta temporada.
No entanto, uma estiagem iniciada em maio provocou sérios atrasos na implantação do grão, após causar perdas significativas no trigo.
"As chuvas sobre o centro e sul da área agrícola impulsionam o avanço das plantadeiras... dando fluidez à semeadura", afirmou a bolsa, que indicou plantio em 81,8% da área prevista.
O ritmo de plantio está 11 pontos percentuais atrás da média das últimas cinco temporadas, acrescentou.
Por sua vez, a BdeC alertou que, embora as chuvas tenham sido favoráveis, no centro-norte da província de Santa Fé, 100 mil hectares planejados para a soja estão em risco porque os solos ainda estão muito secos para plantar.
Em relação ao milho 2022/23, a bolsa informou que os agricultores argentinos plantaram 69,9% dos 7,3 milhões de hectares que estima para o cereal, marcando um atraso de 7,4 pontos percentuais em relação ao ano anterior.
TRIGO
A colheita de trigo 2022/23 está praticamente concluída, com 99,5% dos 6,1 milhões de hectares dedicados ao grão já colhidos, informou a BdeC, que estimou a produção da safra em 12,4 milhões de toneladas.
A Argentina é um importante fornecedor mundial de trigo, mas a estiagem provocou perdas significativas no cereal, cuja safra ficaria bem abaixo dos 22,4 milhões de toneladas colhidos na safra 2021/22.
(Reportagem de Maximilian Heath)