La Paz, 19 dez (EFE).- Argentina e Brasil pagaram entre janeiro e novembro deste ano US$ 5,513 bilhões à empresa Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) pela compra de gás natural, informou a companhia nesta sexta-feira.
A Argentina compra cerca de 15,8 milhões de metros cúbicos diários de gás boliviano e o Brasil 33 milhões de metros cúbicos diários, segundo o relatório oficial.
O presidente da YPFB, Carlos Villegas, destacou que este ano a Bolívia bateu um recorde de produção, ao extrair 62 milhões de metros cúbicos diários, o que permitiu abastecer sem problemas os mercados externos e o interno.
Segundo Villegas, nos próximos cinco anos a empresa estatal e as privadas investirão US$ 12,09 bilhões no setor, valor bem mais alto que os US$ 9,122 milhões investidos desde 2006.
Também destacou que desde 2006, quando o Estado assumiu o controle da distribuição de petróleo, a Bolívia recebeu US$ 27,749 bilhões de renda petrolífera, beneficiando esta empresa, os municípios, os governos e o Tesouro.
O presidente da estatal ressaltou o importante avanço do acesso à energia no mercado interno com 437.894 instalações domiciliares de gás, que beneficiaram 2,3 bilhões de bolivianos, cerca de um quarto da população do país.
No evento de comemoração dos 78 anos da YPFB, o presidente da Bolívia, Evo Morales, reiterou que a queda do preço do petróleo no mercado internacional é uma "agressão econômica" dos Estados Unidos para "derrubar" a Rússia e a Venezuela.
Morales afirmou que esta "guerra econômica" pode respingar na Bolívia, que deve estar preparada para enfrentar essas "agressões".
Em 2006, Morales nacionalizou o setor petroleiro e YPFB assumiu o controle quase total do setor de hidrocarbonetos na Bolívia, permitindo, sob sua supervisão, atividades privadas de exploração e produção de gás e petróleo.