SÃO PAULO (Reuters) - O astro Will Smith volta a surfar no sucesso de bilheteria com "Golpe Duplo", dos diretores Glen Ficarra e John Requa, em que o brasileiro Rodrigo Santoro, que já havia atuado com eles em "O Golpista do Ano", faz um pequeno papel como vilão.
Trata-se de uma comédia de ação que pretende ser sofisticada, uma espécie de "Golpe de Mestre" dos novos tempos – sem chegar realmente àquele nível de excelência da dupla Robert Redford e Paul Newman. Não por culpa da dupla, a bem da verdade, já que Smith tem uma ótima química com sua parceira na tela, a atriz australiana Margot Robbie ("O Lobo de Wall Street").
Nicky (Smith) e Jess (Robbie) são dois mutreteiros profissionais, que se conhecem num restaurante de luxo de um hotel, onde ela se dedicava a limpar clientes ricos que estivessem bêbados o bastante para cair no seu esquema. Acabam ficando amigos, por assim dizer, e ele se compromete a ensiná-la como tornar-se mais eficiente no mundo dos golpes.
O próximo cenário será Nova Orleans, quando acontece uma final de campeonato de futebol americano e a cidade se torna ideal para que Nicky e sua turma, incluindo agora Jess, limpem as carteiras de diversos otários.
Esta primeira metade do filme funciona com mais ritmo e menos complicações do que a segunda, que se ambienta em Buenos Aires, no cenário de corridas automobilísticas. Rodrigo Santoro interpreta Garriga, o dono de uma escuderia e malandro que frauda os resultados de seus carros com um equipamento ilegal. Sua namorada é Jess, que veio parar ali depois de um desentendimento mais pessoal do que profissional com Nicky. Só que ele vai reaparecer no pedaço, justamente contratado por Garriga, que ignora o passado dos dois.
Esta segunda parte é bem mais travada do que a primeira, o que compromete um pouco o resultado final de um filme em geral agradável e divertido. Alguns atores secundários são responsáveis por boas cenas, casos de Farhad (Adrian Martinez), cupincha de Nicky, e Owens (Gerald McRaney), o enfezado guarda-costas de Garriga e protagonista de uma das boas viradas do roteiro, também assinado pelos diretores.
Mesmo com uma engasgada aqui, outra ali, "Golpe Duplo" sem dúvida lustra o brilho da estrela de Will Smith, que parecia apagada desde o fiasco da ficção científica "Depois da Terra", de M. Night Shyamalan, que ele protagonizou em 2013 ao lado do filho, Jaden, e cuja história ele criou, além de produzir. Em "Golpe Duplo", Smith reencontra sua vocação para a comédia e o romance.
(Por Neusa Barbosa, do Cineweb)
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