Por Francesco Guarascio
BRUXELAS (Reuters) - O fundo de resgate da zona do euro, o maior credor da Grécia, informou nesta sexta-feira que se reserva o direito de cobrar 130,9 bilhões de euro em dívida de maneira antecipada após o calote de Atenas em empréstimo junto ao Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta semana.
A decisão foi anunciada dois dias antes dos gregos votarem no referendo sobre se aceitam os termos de resgate rejeitados pelo governo de esquerda. Autoridades europeias têm dito que a vitória do "não" pode levar à saída do país da zona do euro.
O conselho do Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF, na sigla em inglês) decidiu preservar seus direitos de agir sobre os empréstimos concedidos à Grécia, segundo comunicado do EFSF.
O presidente-executivo, Klaus Regling, fez a recomendação em vez de duas outras opções: perdoar a dívida ou exigir o pagamento imediato, que poderia ter falido a Grécia e forçado governos da zona do euro a contabilizar grandes prejuízos.
"Esse evento de default é causa para profunda preocupação", disse Regling em comunicado do EFSF. "Ele quebra o compromisso feito pela Grécia de honrar suas obrigações financeiras a todos os seus credores e abre a porta a consequências severas para a economia da Grécia e o povo grego".
A falta de pagamento da Grécia não influencia a capacidade do EFSF de pagar seus detentores de bônus, trouxe o comunicado, salientando que o fundo depende de uma "estrutura de garantias robusta" para tomar empréstimos nos mercados de capitais.