BRUXELAS/LONDRES (Reuters) - Um eventual acordo entre as cervejarias gigantes Anheuser-Busch InBev e SABMiller reiniciaria a indústria cervejeira global, permitindo que um competidor destemido estenda sua liderança e soando o último sinal para que rivais menores agarrem ativos significativos.
A líder mundial AB InBev disse na quarta-feira que se aproximou do Conselho da SABMiller sobre uma combinação amigável que uniria suas cervejas Budweiser, Stella Artois e Corona com marcas da SABMiller como Peroni, Grolsch e Pilsner Urquell.
O acordo, provavelmente avaliado em mais de 100 bilhões de dólares, seria complicado e estaria entre os maiores na história corporativa, assim como uma conquista dos financiadores brasileiros por trás da empresa de private equity 3G Capital, conhecida por seus impiedosos cortes de custos e altas margens de lucro que permitem à empresa jogar duro contra rivais.
"Se o acordo seguir em frente, haverá uma enorme cervejaria global. O setor estará acabado. Este é o acordo dos acordos e é uma das razões pelas quais a ABI pode justificar o pagamento de um prêmio alto", disse Ian Liddle, diretor de investimentos da Allan Gray, uma das maiores investidoras da SAB.
Nenhuma oferta foi feita, mas analistas estimam um preço de 40 a 45 libras por ação da SAB, o que seria um prêmio de 35 a 52 por cento em relação ao preço das ações no início da semana.
Mas dados os passos de ambas as empresas, desinvestimentos são prováveis, apresentando oportunidades para Heineken, Carlsberg e Molson Coors.
É praticamente certo que a companhia teria que vender a participação majoritária da SABMiller na joint venture norte-americana MillerCoors. A sócia Molson Coors seria a compadora óbvia, então provavelmente conseguiria um preço atraente. Com um preço de cerca de 10 bilhões de dólares, seria um grande acordo para a Molson, cujo valor de mercado é de 15 bilhões após suas ações terem subido após as notícias da aproximação.
(Por Philip Blenkinsop e Martinne Geller)