Por Elizabeth Pineau e Kylie MacLellan
LONDRES (Reuters) - O Parlamento da Grã-Bretanha aprovou nesta quarta-feira lançar bombardeios contra o Estado Islâmico na Síria, apoiando o apelo do primeiro-ministro britânico, David Cameron, de que o país precisa ajudar a destruir os militantes que estão "conspirando para nos matar".
Após mais de 10 horas de tenso debate, os parlamentares votaram a favor dos ataques aéreos, por 397 a 223. Bombardeiros britânicos Tornado GR4 podem deixar uma base aérea no Chipre dentro de horas para o lançamento da mais recente ação militar do país no Oriente Médio.
Dado o papel reduzido da Grã-Bretanha no cenário mundial, a vitória dá a Cameron a chance de restaurar a posição britânica nos assuntos globais. Ele tinha feito um apelo aos parlamentares a não virar as costas para aliados como a França.
"A Grã-Bretanha é hoje mais segura por causa da decisão tomada pela Câmara", disse o ministro das Relações Exteriores, Philip Hammond, à Sky News.
Muitos eleitores britânicos estão receosos de serem arrastados para uma nova guerra no Oriente Médio. Alguns veem a intervenção ocidental no Iraque e na Líbia como uma falha que semeou o caos em toda a região.
Mas os ataques de 13 de novembro em Paris, que mataram 130 pessoas e foram reivindicados pelo Estado Islâmico, endureceram a determinação de alguns parlamentares e dividiram o opositor Partido Trabalhista, que convenceu Cameron de que ele poderia ganhar o apoio do Parlamento para ampliar os ataques aéreos para além do Iraque.
Cameron disse que a guerra civil síria de mais de quatro anos não pode ser resolvida por uma ação militar por si só, mas que os ataques vão "degradar" militantes do Estado Islâmico.