La Paz, 20 dez (EFE).- O Brasil acordou com a Bolívia manter os
termos e o conteúdo do contrato sobre a compra de gás natural,
informou hoje o presidente da Yacimientos Petrolíferos Fiscales
Bolivianos (YPFB), Carlos Villegas.
Segundo ele, a decisão foi tomada na reunião da semana passada
com o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, no Rio de Janeiro,
onde também foi assinado um acordo no qual a estatal brasileira se
compromete a pagar pelos componentes liquidificáveis associados ao
gás boliviano.
"Ambas as partes ratificaram os termos e conteúdos do GSA (Gas
Sales Agreement, o principal contrato com o Brasil), o que quer
dizer que não existirá modificação de nenhuma natureza na fórmula de
preços nem nos compromissos máximos que o Brasil teria de compra de
gás", disse Villegas.
O atual contrato de compra e venda entre ambos os países
estabelece um montante mínimo de envio de 24 milhões de metros
cúbicos diários de gás boliviano e um máximo de 30 milhões.
A demanda brasileira de gás teve oscilações este ano. Por isso, o
Governo Evo Morales anunciou em agosto passado que analisaria a
possibilidade de modificar o contrato para enviar os volumes que não
foram comprados para outros mercados.
Por outro lado, o presidente da YPFB assinalou que Gabrielli
também ratificou o interesse do Brasil em manter relações
energéticas com a Bolívia. Assim, a Petrobras prevê realizar grandes
investimentos em 2010 nos poços que opera no país.
De acordo com ele, as estatais dialogarão para identificar
algumas áreas "reservadas" da YPFB nas quais a Petrobras poderia
desenvolver atividades de prospecção.
Villegas confirmou também que o país receberá menos pela venda de
gás este ano devido ao recuo da demanda brasileira e à queda dos
preços internacionais do petróleo.
No entanto, destacou que o convênio assinado na sexta-feira
passada com a Petrobras para que o Brasil pague pelos líquidos
associados ao gás garantirá ganhos adicionais para o plano de
investimentos que a estatal boliviana implantará a partir de 2010.
EFE