LIMA (Reuters) - O ministro do Interior do Peru, Carlos Basombrio, afirmou neste domingo que é difícil entender a negativa dos Estados Unidos de prender o ex-presidente foragido Alejandro Toledo e acrescentou que o paradeiro dele é desconhecido.
Os EUA disseram ao Peru que não havia razões suficientes para justificar a prisão de Toledo e solicitaram que o país andino submeta novamente seu pedido, disse Basombrio por telefone.
Toledo não embarcou em um voo que havia reservado de San Francisco, na Califórnia, para Israel na noite de sábado, disse uma fonte da Procuradoria-Geral. O Peru tem um tratado de extradição com os EUA, mas não com Israel, que disse no domingo que não permitiria que Toledo entrasse no país enquanto não resolvesse as pendências no Peru. A mulher de Toledo tem cidadania israelense.
Toledo, um ex-defensor do combate à corrupção que governou o país entre 2001 e 2006, é procurado no âmbito de uma investigação de corrupção envolvendo a Odebrecht. O ex-presidente negou ter agido fora da lei e ainda tem que ser acusado, ou considerado culpado, de quaisquer crimes.
Procuradores alegam que Toledo obteve 20 milhões de dólares em propinas da Odebrecht, citando depoimento de um ex-executivo da empresa e transferências bancárias de cerca de 10 milhões de dólares para contas controlados por um amigo de Toledo.
“É difícil para nós entendermos que indicações adicionais são necessárias... Nós achamos que o que foi descoberto até o momento é muito perturbador”, disse Basombrio, acrescentando que os EUA sinalizaram “grande boa vontade” em ajudar a encontrar Toledo.
O Departamento de Justiça dos EUA não quis comentar o caso.
(Por Mitra Taj)