Frankfurt (Alemanha), 7 ago (EFE).- O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) discute neste domingo em uma conferência telefônica a compra da dívida soberana da Espanha e Itália, informaram fontes financeiras de Frankfurt à Agência Efe.
O principal órgão executivo do BCE delibera sobre a ampliação do programa de compra de dívida pública dos países da zona do euro que iniciou em maio do ano passado a fim de ajudar a Espanha e Itália, que sofreram ataques especulativos desde julho. Caso o Conselho do BCE aprovar a compra de dívida pública espanhola e italiana, a operação será realizada nesta segunda-feira, acrescentou a fonte.
A conferência telefônica ocorre depois que a agência de medição de risco Standard and Poor's (S&P) rebaixasse a qualificação da dívida dos Estados Unidos de AAA - a máxima - para AA++.
Tal rebaixamento sem precedentes da nota dos EUA, foi acompanhado da perspectiva "negativa", o que implica que S&P poderia anunciar outra degradação da qualificação no prazo de dois anos.
Enquanto isso, neste fim de semana houve contatos entre os ministros e altos cargos de Finanças dos países do Grupo dos Sete (G7, sete países mais industrializados do mundo) e do Grupo dos Vinte (G20, que reúne os ministros e chefes dos bancos centrais das 19 maiores economias do mundo mais a União Europeia), assim como com responsáveis de bancos centrais.
O prêmio de risco da dívida soberana da Espanha a 10 anos, que alcançou na manhã de sexta-feira o recorde de 417,6 pontos básicos mas que depois caiu e fechou em seu nível mais baixo da semana em 370,87 pontos pelos rumores que o BCE intervinha no mercado de dívida.
Assim, a rentabilidade do bônus espanhol a 10 anos caiu até 6,053%, enquanto o interesse do bônus alemão para 10 anos, que o que serve de referência e se considera mais seguro, avançou até 2,345% (2,30% na quinta-feira).
Os títulos de dívida italianos a 10 anos fecharam a semana em 6,081% e seu prêmio de risco em 373,6 pontos básicos. Deste modo, Itália deslocava à Espanha como o país da União Europeia que não foi resgatado e que tem maior percepção de risco para os investidores. EFE