CHANTILLY, França/WASHINGTON (Reuters) - Autoridades norte-americanas e chinesas conversaram por telefone na quinta-feira conforme as duas maiores economias do mundo tentam encerrar uma guerra comercial que já dura um ano, com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Steven Mnuchin, sugerindo possíveis negociações presenciais.
Mnuchin e o representante de Comércio dos EUA, Roberto Lighthizer, conversaram com seus colegas chineses por telefone, disse o gabinete de Lighthizer na quinta-feira, após comentários anteriores do secretário do Tesouro em uma entrevista durante a reunião do G7 em Chantilly, na França.
Os EUA e a China estão envolvidos em uma disputa tarifária desde julho de 2018, com Washington pressionamdo Pequim para enfrentar o que considera décadas de práticas comerciais injustas e ilegais.
A China argumentou que qualquer acordo precisa ser justo e equitativo, deixando os dois lados aparentemente ainda longe de um acordo para acabar com o processo que prejudicou as cadeias de fornecimento globais e os mercados financeiros.
"Neste momento, estamos realizando ligações de alto nível e, na medida em que fizer sentido para nós marcarmos reuniões presenciais, eu anteciparei que faremos isso", disse Mnuchin à Reuters.
Perguntado se o telefonema de quinta-feira poderia levar a uma reunião presencial, Mnuchin disse: "É possível, mas não vou especular sobre o resultado."
O gabinete de Lighthizer confirmou mais tarde que a conversa ocorreu conforme o programado, mas não deu detalhes.
O Ministério das Relações Exteriores da China disse nesta sexta-feira que os dois lados discutiram maneiras de implementar o consenso alcançado pelos presidentes dos dois países, mas não deu outros detalhes.
Separadamente, Su Ge, ex-presidente do Instituto de Estudos Internacionais da China, afiliado ao Ministério de Relações Exteriores chinês, disse que espera que mais discussões formais sejam realizadas neste mês.
"Essas são questões difíceis ... mas pelo menos eles concordaram em deixar as duas equipes de negociação reiniciarem o trabalho, então vamos manter os dedos cruzados", disse ele.