Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A AXS Energia, startup de geração solar "por assinatura" do grupo Roca, planeja investir 1,8 bilhão de reais entre 2025 e 2027 para concluir seus planos de expansão da capacidade de geração, e estuda como próximo passo um avanço para a área de armazenamento de energia em baterias.
Em entrevista à Reuters, o presidente da AXS Rodolfo Pinto afirmou que a empresa planeja dobrar sua atual capacidade em usinas de geração distribuída para 350 megawatts até 2027, além de construir sua primeira usina de geração centralizada de 180 MW, em Minas Gerais.
A geração distribuída compartilhada, que se popularizou como "energia solar por assinatura" por envolver principalmente fazendas solares, vem atraindo diferentes tipos de empresas, desde elétricas até telecoms e bancos.
Criada em 2021, a AXS opera atualmente nos Estados de Minas Gerais, Paraná, Mato Grosso, São Paulo e Goiás, ofertando plano de assinatura de energia solar para pequenos comércios e residências.
"O nosso modelo de energia por assinatura é um desses modelos que mudaram a forma de o consumidor se beneficiar das novas tecnologias no mercado", disse Pinto, pontuando que, por meio desse serviço, os consumidores podem escolher de onde vem a sua energia.
Desde 2021, a companhia investiu cerca 1,9 bilhão de reais na construção de usinas de geração distribuída que já somam um total de 175 megawatts em capacidade, nas construções em andamento de novas usinas e na implantação de um sistema de gestão comercial e industrial.
Já sua primeira usina de geração centralizada terá como foco a comercialização de energia no mercado livre.
"Já temos toda a parte de licenciamento encaminhada para ela (usina de geração centralizada)", disse Pinto, pontuando que uma subestação necessária para o projeto já está em processo de ampliação por uma outra companhia investidora.
Para se financiar, Pinto explicou que a companhia conta com aportes de acionistas e emissões de dívidas.
PLANOS PARA BATERIAS
Como próximo passo, a AXS avalia novos investimentos na área de armazenamento de energia e planeja participar de um leilão do governo para contratar baterias para o sistema elétrico, que está em consulta pública e previsto para o próximo ano.
"Nós acreditamos que a próxima grande onda será dos armazenamentos de energia", afirmou o executivo.
A licitação em consulta prevê a contratação de sistemas de armazenamento para entregar potência elétrica, visando atender o sistema nos momentos em que a carga de energia está elevada e a geração, mais baixa.
A companhia tem quatro projetos de desenvolvimento de baterias, com 200 megawatts-hora cada, no Sudeste e Centro-Oeste, que conseguem despachar 50 MWh de potência durante 4 horas por dia, disse Pinto.
O executivo destacou ainda que a AXS também poderá apresentar ao consumidor final soluções para armazenamento de energia customizadas, observando que a empresa já reúne 15 mil clientes em sua base e poderá chegar entre 45 mil e 50 mil clientes no total.
(Por Marta Nogueira)