Investing.com - Os futuros do petróleo cederam no final do dia após atingir a máxima de vários meses no intraday, pressionados pela alta do dólar, que compensou parte dos ganhos do acordo da Opep e dados do Irã.
O barril do WTI, negociado em Nova York, encerrou o dia a US$ 48,69 perdas de 0,5% frente ao fechamento de ontem. O Brent desvalorizou 0,2% e fechou o dia negociado a US$ 50,87.
A valorização do dólar após a fala do diretor do Fed Jeffrey Lacker pressionou as cotações do petróleo. O Índice Dólar subiu 0,45%, o que enfraquece os demais ativos negociados na moeda, como o petróleo.
O final do pregão foi marcado pelo ajuste de posição na expectativa pela divulgação semanal de estoques nos EUA, que tendem a trazer volatilidade à commodity. Hoje a noite o Instituto Americano de Petróleo (API) divulga seus dados de estoques e, amanhã, às 12h30, a agência de energia dos EUA publica em seu site o volume oficial de petróleo estocado do país.
A projeção do mercado é de que os dados de amanhã mostrarão uma interrupção na sequência de quedas das últimas semanas. Os analistas preveem aumento de 2,56 milhões de barris nos estoques dos EUA.
Pela manhã, o WTI alcançou os US$ 49,13/barril, patamar máximo em quase três meses. Já o Brent subiu a US$ 51,34, maior valor desde o início de junho, há quatro meses. A recuperação de preços ocorre após a surpreendente aprovação de acordo da Opep na semana passada. Segundo comunicado do gruopo, deverá ser aplicado um limite de produção combinada dos 14 países do cartel entre 32,5 milhões de barris/dia e 33 milhões de barris/dia. Em agosto, a extração somada alcançou 33,237 milhões de barris/dia.
O detalhamento do corte por país só será conhecido, contudo, na reunião ordinária da Opep marcada para 30 de novembro, em Viena.
Em abril, uma tentativa de acordo semelhante foi barrada após a Arábia Saudita exigir a participação do Irã, que já havia negado a sua inclusão. O país persa buscava elevar sua produção para o patamar histórico de cerca de 4 milhões de barris/dia, após o fim das sanções ocidentais ao seu programa nuclear.
Desde então, os demais principais produtores de petróleo, entre eles Arábia Saudita, Iraque e Rússia aumentaram sua extração para renegociar o acordo de corte em um patamar mais elevado.
Nos últimos dias, o Irã tem dado sinais de que chegou próximo à sua exportação histórica e de que deverá alcançar em breve seu objetivo de produção, o que abriu espaço para um acordo.