(Reuters) - Os contratos futuros do cacau negociados em Londres fecharam na máxima de 46 anos nesta sexta-feira, impulsionados pela perspectiva de um maior aperto na oferta na próxima temporada 2023/24.
O contrato dezembro subiu em 54 libras, ou 2,0%, para 2.796 libras por tonelada, o maior valor em 46 anos.
O mercado londrino na bolsa ICE tem registrado regularmente máximas dos últimos 46 anos desde o final de junho, impulsionado pela preocupação com as doenças nas lavouras dos países produtores da África Ocidental e pela perspectiva de um terceiro déficit global consecutivo na temporada 2023/24, que começa em 1 de outubro.
Os negociantes afirmaram que a colheita do Gana, segundo maior produtor, foi particularmente atingida e poderá somar cerca de 650 mil toneladas na atual temporada 2022/23, bem abaixo da estimativa da Organização Internacional do Cacau de 750 mil toneladas.
As perspectivas de produção para 2023/24 foram prejudicadas pelo El Niño.
"Em toda a África Ocidental, onde a produção global de cacau está concentrada, o El Niño está associado a condições climáticas mais secas do que o normal, alimentando preocupações sobre a oferta global", afirmou a BMI numa nota.
AÇÚCAR
O contrato outubro do açúcar bruto fechou em alta de 0,54 centavo, ou 2,2%, a 24,83 centavos por libra-peso.
O mercado foi apoiado esta semana pelas notícias de que a Índia deverá proibir as usinas de exportar açúcar na temporada que começa em outubro, interrompendo os embarques pela primeira vez em sete anos.
"Se a Índia exportar menos ou mesmo nenhum açúcar, o Brasil -- o maior produtor e exportador mundial -- poderá entrar na brecha", afirmou o Commerzbank numa nota.
O açúcar branco fechou com ganhos de 16,00 dólares, ou 2,3%, a 709,40 dólares por tonelada.
CAFÉ
O café arábica fechou em queda de 1,15 centavo, ou 0,7%, a 1,5315 dólar por libra-peso.
O café robusta encerrou em alta de 31 dólares, ou 1,3%, a 2.437 dólares por tonelada.
(Reportagem de Laura Sanicola, reportagem adicional de Nigel Hunt)