BRASÍLIA (Reuters) - O Ministério de Relações Exteriores chamou nesta sexta-feira a embaixadora da Venezuela no Brasil para prestar esclarecimentos sobre o incidente envolvendo senadores que viajaram a Caracas na véspera para encontrar líderes da oposição presos naquele país, disse um porta-voz do Itamaraty.
O governo brasileiro não sabe, no entanto, se haverá um pedido de desculpas ou esclarecimentos por parte da Venezuela sobre os atos de hostilidade cometidos por manifestantes contra a comitiva.
A embaixadora Maria Lourdes Urbaneja esteve nesta sexta-feira no Ministério de Relações Exteriores, em Brasília, para conversar. O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, também falou por telefone com a chancelaria venezuelana para pedir informações.
Dependendo da resposta, mais detalhes poderão ser solicitados. Em tese, uma consequência mais extrema seria chamar de volta a Brasília o embaixador brasileiro em Caracas, mas essa medida mais dura ainda não está no radar e outras opções seriam consideradas antes disso, como novos pedidos de esclarecimentos.
Segundo um porta-voz do Itamaraty, os parlamentares tiveram todo o apoio da embaixada brasileira durante a visita em Caracas, incluindo auxílio com a logística e o encaminhamento de pedido para que tivessem acesso à penitenciária onde visitariam líderes oposicionistas presos.
A comitiva de senadores, que incluía alguns dos principais líderes da oposição, como Aécio Neves (PSDB-MG), Aloysio Nunes (PSDB-SP), José Agripino (DEM-RN) e Ronaldo Caiado (DEM-GO), foi à Venezuela na quinta-feira para se reunir com mulheres de opositores presos e se encontrar com algumas dessas lideranças, como Leopoldo López.
Os senadores foram hostilizados por manifestantes favoráveis ao presidente venezuelano, Nicolás Maduro, nos arredores do aeroporto da capital. Ao não conseguirem realizar as atividades previstas em Caracas, os parlamentares decidiram voltar ao Brasil na noite de quinta-feira.
(Reportagem de Leonardo Goy)