HOUSTON/SANTIAGO (Reuters) - Duas cargas de diesel que navegam da Rússia para a América do Sul mudaram seu destino do Chile para o Brasil, de acordo com dados de monitoramento de embarcações da Refinitiv Eikon.
A Rússia vem exportando combustível para muitos países que anteriormente importavam pouco ou nenhum de seu petróleo desde que a União Europeia proibiu as importações russas em fevereiro sob sanções para punir o país pela invasão da Ucrânia.
Na América Latina, onde as importações de combustível se recuperaram para níveis pré-pandêmicos, o Brasil se tornou o principal importador de cargas de diesel russo, com Cuba também aumentando as compras de petróleo e combustível russos, segundo dados do Eikon.
O petroleiro Oscar, com bandeira da Libéria, partiu do terminal de Primorsk, na Rússia, no início deste mês, transportando diesel para a América do Sul. Sinalizou o Chile como destino, mas depois mudou para o porto brasileiro de Suape, onde agora aguarda para descarregar.
O navio-tanque Zeynep, com bandeira de São Cristóvão e Nevis, também carregou em Primorsk e sinalizou vários países como destinos pretendidos, incluindo o Chile, antes de chegar à costa do Brasil nesta semana.
Uma terceira carga de diesel que partiu de Primorsk este mês transportando diesel, o navio Zoilo, com bandeira de Malta, também está cruzando o Oceano Atlântico em direção ao Brasil.
O Brasil não tem restrições à importação de diesel russo. Algumas empresas, no entanto, evitam comprar combustível russo por causa de regras internas de compliance.
Não ficou imediatamente claro quais empresas fretaram os navios para o Brasil.
A Reuters noticiou anteriormente que as duas cargas teriam marcado o início das exportações russas de diesel para o Chile. As empresas chilenas ENAP, Copec e Enex disseram à Reuters que não compraram as cargas.
(Reportagem de Marianna Parraga em Houston; e Alexander Villegas e Fabian Cambero em Santiago)