SÃO PAULO (Reuters) - A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) reduziu projeções para o preço da eletricidade no mercado spot, ou Preço de Liquidação das Diferenças (PLD), que agora apontam para queda nos próximos meses após um período de cotações no teto regulatório, segundo apresentação em teleconferência nesta segunda-feira.
A estimativa é de preços no Sudeste/Centro-Oeste em 466 reais por megawatt-hora em setembro e 343 reais em outubro, ante uma projeção realizada no mês anterior que apontava cotações em setembro 505 reais, o máximo permitido pela regulação para as cotações, e em outubro a 396 reais.
Em novembro e dezembro, a CCEE agora vê os preços do Sudeste em 261 reais e 218 reais por megawatt-hora, contra 337 reais e 313 reais na previsão do mês anterior.
Os novos números vêm após a CCEE divulgar na sexta-feira que os preços spot a partir desta semana teriam queda média de cerca de 4 por cento, após terem ficado no teto de 505 reais desde julho.
"O preço médio de agosto fechou no máximo, em todas as semanas ficou no patamar máximo. E agora para setembro a gente já vê uma redução, uma redução considerável no custo", afirmou a especialista Camila Giglio, da gerência de Preços da CCEE.
Ela destacou que, com isso, o PLD médio esperado pela CCEE para 2018 caiu cerca de 6,5 por cento, para 316,22 reais, contra 338,11 reais estimados no mês anterior. Também houve queda nas projeções para 2019, agora em uma média de 200,50 reais, ante 271,72 reais anteriormente.
Se levada ainda em consideração uma possível antecipação da conclusão de obras em um linhão que leva até o Sudeste a energia das usinas do rio Madeira, em Rondônia, os preços cairiam ainda mais, para 263 reais em outubro, 207 reais em novembro e 178 reais em dezembro, segundo a CCEE.
A IEMadeira, responsável pelo empreendimento, disse em nota à Reuters que uma nova instalação do eletrodo de terra da linha de transmissão do Madeira deve ser concluída em novembro deste ano, ante previsão anterior para setembro de 2019, o que aumentará a capacidade de transmissão da linha e a oferta de energia no sistema.
A IEMadeira é uma sociedade entre a privada Cteep, controlada pelo grupo colombiano Isa, e duas subsidiárias da Eletrobras (SA:ELET3), Chesf e Furnas.
Um problema na instalação do eletrodo de terra do linhão vem limitando a capacidade total de transmissão do sistema que liga as usinas do Madeira à rede, conforme publicado pela Reuters em outubro passado.
(Por Luciano Costa)