Investing.com - O constante avanço das tecnologias, a disponibilidade de recursos naturais e um ambiente político e econômico favorável constituem um terreno propício para a atração de investimentos em fontes renováveis de energia. Este foi um dos temas discutidos durante o painel “A Reforma do Setor de Energia: mais concorrência para estimular a oferta e a inovação”, realizado na tarde desta quinta-feira em São Paulo, durante o Fórum de Investimentos Brasil 2019.
Para Gustavo Montezano, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), este é o melhor momento de nossa geração para investimentos no Brasil, não só em energia.
“No cenário macroeconômico, estamos com inflação baixa, juros nos menores níveis históricos e juros reais também muito baixos. Isso, aliado com o início de um ciclo de investimentos que tende a ser consistente”, disse o presidente do banco.
Outro ponto relevante destacado no painel é a quantidade de reformas que estão sendo aprovadas e encaminhadas pelo Poder Legislativo, favorecendo ainda o programa de privatização do governo federal.
Além das fontes renováveis de energia, como solar e eólica, o gás natural foi outra fonte apontada como fundamental para a expansão do setor elétrico no país.
Jean Michel Lavergne, vice-presidente para as Américas da Total, destaca que o Brasil está em uma posição estratégica, próximo a três pontos geográficos importantes para o fornecimento de gás: da Bolívia, do pré-sal no litoral brasileiro e da Argentina.
“Apesar de ser um combustível fóssil, tem uma emissão de carbono muito menor do que a do petróleo. É uma tecnologia que pode ser facilmente integrada para a indústria e para as usinas termelétricas, gerando energia com custo e emissão baixas”, disse o executivo.
Lavergne ressaltou a importância das reformas que têm sido aprovadas no Brasil nos últimos tempos, mas chamou atenção também para necessidade de avançar no campo do licenciamento ambiental.
Marisete Fátima Dadald Pereira, secretária-executiva do Ministério de Minas e Energia, também destacou o chamado “Novo mercado de gás”. Ela explica que a pasta está trabalhando para aprimorar legislações, principalmente nos estados, para contribuir para a redução do preço do gás.
“O gás é um insumo que muitas vezes representa 50% do custo de uma indústria ou de uma usina. A abertura do mercado, com maior concorrência favorece essa redução. É um trabalho intenso que estamos fazendo, permitindo assim condições de um ambiente mais competitivo”, disse Marisete.