CINGAPURA (Reuters) - As regiões da China foram alertadas para se prepararem para climas mais extremos este ano, depois que as temperaturas recordes e uma longa seca abalaram o fornecimento de energia do país e causaram estragos nas colheitas do verão passado.
As regiões do sul da China precisam se preparar para altas temperaturas mais persistentes e garantir que o suprimento de energia esteja disponível para atender ao pico de demanda do verão, enquanto as regiões do norte precisam se preparar para fortes inundações, disse Song Shanyun, porta-voz da Administração Meteorológica da China, em um briefing nesta segunda-feira.
"Atualmente, o aquecimento global está acelerando... e sob o impacto da mudança climática, o sistema climático está se tornando cada vez mais instável", disse Song.
A China foi atingida em junho passado por uma onda de calor que durou mais de 70 dias, danificando plantações, secando lagos e reservatórios e causando incêndios florestais devastadores em toda a bacia do rio Yangtze. Em agosto, até 267 estações meteorológicas registraram suas temperaturas mais altas até o momento.
Uma queda acentuada nas chuvas nas regiões do sudoeste de Sichuan e Chongqing também forçou as usinas hidrelétricas a reduzir a produção. As indústrias locais tiveram que restringir as operações, e os fornecimentos de eletricidade para a costa leste também foram afetados.
As temperaturas médias na China durante todo o ano de 2022 atingiram 10,5 graus Celsius, 0,62 grau Celsius acima da média, disse Jia Xiaolong, especialista do governo no mesmo briefing nesta segunda-feira, com as temperaturas médias na primavera, verão e outono em seu nível mais alto já registrado.
A precipitação média na China no ano passado foi 5% menor do que o normal, acrescentou ele.
(Reportagem de David Stanway)