Por Mei Mei Chu
PEQUIM (Reuters) - A China aprovou nesta quinta-feira variedades adicionais de soja e milho geneticamente modificados para importação e produção, ao mesmo tempo em que expandiu suas áreas de plantio em todo o país, como parte de uma iniciativa para melhorar a segurança alimentar e reduzir as importações.
O Ministério da Agricultura chinês aprovou a produção doméstica de mais seis variedades de milho geneticamente modificado, duas de soja e uma de algodão, além de outras duas de soja com edição genética, segundo um aviso no site do ministério.
As zonas de plantio para a maioria das variedades foram ampliadas de áreas "ecologicamente adequadas" para todo o país, de acordo com o aviso. Anteriormente, algumas variedades de milho eram restritas às áreas produtoras do norte ou do sul.
Para as importações, o ministério aprovou a variedade de soja geneticamente modificada que é resistente a insetos e herbicidas, DBN8002, desenvolvida pela Beijing Dabeinong Technology Group Co Ltd, que estava licenciada para plantio na Argentina desde 2022.
A China também aprovou uma variedade de milho tolerante a herbicida DP202216 da Corteva Inc.
As novas aprovações se estendem por cinco anos, com vigência a partir de 2 de janeiro de 2024.
Como a China é o maior importador mundial de soja e milho, as variedades transgênicas aprovadas pelo país podem ter grandes implicações no tamanho do plantio além de suas fronteiras, disse Even (BVMF:EVEN3) Pay, analista agrícola da Trivium China. "Os agricultores não querem plantar variedades se a China não puder comprá-las."
Com as empresas chinesas agora autorizadas a desenvolver e vender sementes transgênicas, é provável que Pequim seja muito mais solícita com as aprovações de importação, tornando as sementes transgênicas mais atrativas e criando uma vantagem significativa para as empresas chinesas de sementes no exterior, disse Pay.
A China, o segundo maior produtor de milho do mundo, tem agido com cautela na implementação de tecnologia para organismos geneticamente modificados (OGM), mas está gradualmente abrindo espaço para o cultivo de culturas transgênicas.
Em dezembro, a China emitiu licenças para uma primeira leva de 26 empresas para produzir, distribuir e vender sementes de milho e soja geneticamente modificadas em determinadas províncias, após anos de testes-piloto.
(Reportagem de Mei Mei Chu, Liz Lee e redação de Pequim)