CONACRI (Reuters) - A China acertou nesta quarta-feira um empréstimo à Guiné de 20 bilhões de dólares ao longo de quase 20 anos em troca de concessões de bauxita, um minério de alumínio que o país africano possui em abundância, disse o ministro de Minas da Guiné.
Os projetos garantidos pelo empréstimo incluem uma refinaria de alumina planejada pela China Power Investment Corp (CPI), a mina de bauxita da Aluminium Corp of China (Chalco) e outro projeto de bauxita do China Henan International Cooperation Group, todos eles na cidade de Boffa, no noroeste do país.
"Esses são os três projetos vistos como prioridade para a primeira etapa", disse à Reuters o ministro de Minas, Abdoulaye Magassouba. "As receitas que esses projetos gerarem servirão como reembolso pelos empréstimos."
O ministro disse que o dinheiro será gasto na precária infraestrutura local-- a Guiné é um dos países menos desenvolvidos do mundo -- uma fórmula que a China utiliza frequentemente para obter acesso aos recursos da África.
Os projetos identificados incluem estradas na capital da Guiné e estradas expressas para o norte, um projeto para expandir o porto de Conacri, uma linha de transmissão de energia elétrica e a construção de uma universidade, disse Magassouba.
A Chalco disse no mês passado que planeja investir 500 milhões de dólares no projeto em Boffa, a cerca de 200 quilômetros da capital Conacri, que foi abandonado pela BHP Billiton em 2013. O projeto de alumina de 6 bilhões de dólares da China Power está nos planos desde pelo menos 2012.
A Guiné, maior produtora de bauxita da África, detém alguns dos maiores depósitos de bauxita e minério de ferro do mundo, incluindo o depósito de minério de ferro de Simandou, no extremo leste, que é alvo de disputas legais, mas ainda assim atrai forte interesse da China.
(Por Saliou Samb)