Por Roberto Samora
SÃO PAULO (Reuters) - Um início de semana chuvoso no Rio Grande do Sul e previsões de mais precipitações para o Estado devem favorecer o desenvolvimento das lavouras de soja e milho, estacando algumas perdas nas plantações do cereal gaúcho que vinha sofrendo com a falta de umidade, disse a consultoria AgRural nesta terça-feira.
O Rio Grande do Sul é o principal produtor de milho verão do Brasil, assim como está entre os três maiores Estados produtores de soja do país.
"Tem algumas áreas mais afetadas no noroeste (do Rio Grande do Sul) que já tem uma redução de potencial produtivo, lavouras em fase de definição de potencial produtivo que receberam a última chuva no fim de outubro", afirmou o analista Adriano Gomes, da AgRural.
"Estanca as perdas (as chuvas desta semana), mas algumas áreas mais afetadas já têm redução de potencial... onde as chuvas foram mais esparsas e o milho está em fase de definição de potencial", acrescentou.
Ele lembrou que os mapas meteorológicos mostram chuvas desta terça-feira até quinta-feira, começando pelo Rio Grande do Sul e depois atingindo Santa Catarina e Paraná.
Segundo ele, no caso da soja, "se chover o que está previsto, não deve haver problemas nas áreas já em fase vegetativa e também nas que foram semeadas na semana passada", no Rio Grande do Sul.
Ele destacou que o produtor gaúcho "semeou de olho nessa previsão".
De acordo com a empresa de meteorologia Rural Clima, as chuvas deverão avançar para outras áreas do Brasil esta semana, como Sudeste, Centro-Oeste e Estados do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
"As condições seguem extremamente favoráveis ao desenvolvimento das lavouras de soja, milho, café e cana, entre outras", disse o agrometeorologista Marco Antônio dos Santos, em boletim nesta terça-feira.
Ele reforçou que no Rio Grande do Sul as chuvas permitirão o avanço do plantio da soja que estava paralisado pelo tempo seco, que por sua vez favoreceu a colheita do trigo.
"O plantio de soja deverá avançar rapidamente nos próximos dias", comentou, citando que a segunda metade de novembro deve registrar chuvas mais frequentes no Sul do Brasil.