SÃO PAULO (Reuters) - Após chuvas atingirem na terça-feira boa parte das principais áreas produtoras de café arábica do Brasil, os cafezais só deverão ter precipitações na segunda quinzena de setembro, segundo um meteorologista da Somar.
Chuvas nesta época do ano são importantes para a ocorrência de floradas nos cafezais, que devem determinar o tamanho da safra de café do próximo ano do maior produtor global.
"Tivemos volumes que há muito tempo não eram observados... chuva bem generalizada, volumes até significativos se pensarmos para esta época do ano. Agora o problema é a volta de um período seco", afirmou Márcio Custódio, da Somar Meteorologia.
Segundo ele, choveu em praticamente todo o Estado de São Paulo, em volumes próximos de 17 milímetros na Mogiana, enquanto no Sul de Minas as precipitações ficaram em até 19 mm. Em Varginha (MG), por exemplo, somaram entre 10 e 14 mm, segundo a Somar.
No Cerrado de mineiro, as precipitações oscilaram entre 4 e 8 mm, enquanto na Zona da Mata de Minas choveu de 2 a 5 mm.
Nesta quarta-feira, os contratos futuros do arábica em Nova York fecharam em baixa de mais de 3 por cento pelas chuvas nas áreas produtoras, segundo operadores do mercado, que reduziram preocupações para a safra.
Mas, segundo Custódio, de uma maneira geral as chuvas já pararam, com exceção da Zona da Mata, Espírito Santo e Nordeste de Minas.
"E a partir de sexta-feira o tempo fica seco, e essa situação persiste durante toda a primeira quinzena de setembro", ressaltou Custódio.
Segundo o meteorologista, "no horizonte de 15 dias a gente não enxerga chuva".
"Os modelos de hoje começam a indicar uma frente fria chegando até o sul de São Paulo entre 16 e 18 de setembro", acrescentou.
Após a segunda quinzena de setembro, as chuvas tradicionalmente começam a ficar mais frequentes nas regiões produtoras de café.
(Por Roberto Samora)