Por José Roberto Gomes
SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de soja da safra 2017/18 no Brasil avançou para 17 por cento da área, com Mato Grosso ainda puxando os trabalhos, embora chuvas recentes comecem a provocar perdas pontuais nas lavouras do principal produtor nacional, informou nesta sexta-feira a AgRural.
Conforme a consultoria, a colheita até quinta-feira no país estava ligeiramente atrasada ante a média de cinco anos, de 19 por cento, e bem aquém do observado há um ano, quando os trabalhos atingiam 26 por cento da área.
Segundo a AgRural, "apesar da chuva, Mato Grosso teve bom avanço na semana, passando de 30 por cento para 45 por cento, e segue na liderança entre os Estados".
"Os reportes de soja com excesso de umidade têm aumentado, mas as perdas são pontuais e, por enquanto, não ameaçam a supersafra do Estado", ponderou a consultoria.
Especialistas têm alertado para a previsão de mais chuvas não só em Mato Grosso, mas também em boa parte do Brasil na segunda quinzena de fevereiro, o que pode comprometer os trabalhos de campo.
Conforme a AgRural, no Paraná, segundo maior produtor, chuvas registradas nesta semana "colocaram freio ao avanço das colheitadeiras". Por lá, apenas 5 por cento da área foi colhida, contra 20 por cento há um ano e 23 por cento na média recente.
Há atrasos também em Mato Grosso do Sul, que colheu 16 por cento da safra, "mas como o plantio foi bastante concentrado devido ao atraso inicial, muita soja estará pronta para colheita nas próximas semanas".
"Isso deve dar fôlego extra ao avanço dos trabalhos, desde que o clima permita. O mesmo vale para o Paraná", comentou a consultoria.
Segundo a AgRural, há colheita também em Goiás, Santa Catarina, São Paulo, Minas Gerais, Bahia, Tocantins, Pará e Rondônia. Parte da fronteira agrícola Matopiba e o Rio Grande do Sul ainda não iniciaram os trabalhos.
MILHO
Em relação ao milho de 1ª safra, a AgRural destacou que a colheita no centro-sul --a consultoria não considera Norte/Nordeste-- estava em 15 por cento até quinta-feira, ante 14 por cento no ano passado e 16 por cento na média de cinco anos.
Já o milho de 2º safra, o "safrinha", plantado logo após a colheita de soja, havia sido semeado em 26 por cento da área total estimada para o centro-sul do Brasil, ante 31 por cento na média de cinco anos e 36 por cento no ano passado, refletindo o ritmo lento nos trabalhos de retirada da oleaginosa.
Mato Grosso lidera, com 48 por cento, mas há muito atraso no Paraná, onde apenas 9 por cento da área está plantada --muito atrás dos 33 por cento da média de cinco anos.
"Caso o plantio não deslanche na segunda quinzena de fevereiro, a queda na área de milho safrinha do Paraná, estimada pela AgRural em 8,4 por cento, poderá se ampliar. Para o centro-sul, a expectativa de redução de área é de 4,6 por cento", concluiu a consultoria.
(Por José Roberto Gomes)