SÃO PAULO (Reuters) - A colheita de soja da safra 2018/19 no Brasil avançou a 57 por cento da área até a última quinta-feira, alta de cinco pontos percentuais em uma semana, informou a AgRural nesta segunda-feira, destacando perda de ritmo nos trabalhos devido a chuvas.
Ainda assim, a colheita segue à frente dos 48 por cento de um ano atrás e dos 47 por cento na média de cinco anos.
"Esta foi a terceira semana consecutiva em que o avanço das máquinas foi mais lento devido às chuvas que caem em diversos Estados do país. Além de lotes chegando com alta umidade aos armazéns --algo que já havia acontecido na segunda quinzena de fevereiro--, os relatos sobre grãos avariados começam a se tornar mais comuns", alertou a consultoria em boletim semanal.
Na semana passada, especialistas já haviam dito que a chuvarada pode retardar a colheita, ao mesmo tempo que traz riscos para a qualidade da soja no Brasil, o maior exportador global da oleaginosa.
"Isso não chega a ser um grande problema nos Estados onde a colheita já está perto do fim. Mas, caso as previsões de continuidade das chuvas se confirmem, Estados onde a colheita ainda não está tão adiantada poderão ter perdas de qualidade mais significativas, especialmente se não houver intervalos de tempo aberto para que os produtores consigam colher as áreas já prontas", destacou a AgRural.
Rio Grande do Sul e o Matopiba, composto por Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, são geralmente os locais onde a soja é colhida mais tardiamente.
Em Mato Grosso, por sua vez, 93 por cento da área já foi colhida. Mato Grosso do Sul e Goiás têm 86 por cento cada, segundo a AgRural.
(Por José Roberto Gomes)