Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - A Colômbia, maior fornecedora mundial de café arábica lavado, está criando um fundo especial para subsidiar cafeicultores quando os preços internacionais caírem abaixo dos custos de produção.
O fundo de estabilização, anunciado pelo presidente Iván Duque no final da quinta-feira, é a mais recente aposta do país para ajudar os agricultores que enfrentam dificuldades, já que os preços do café atingiram seu menor nível em mais de uma década, com muitos dos produtores operando com prejuízos.
A crise global dos preços levou vários deles a deixarem o negócio, com potenciais implicações generalizadas na Colômbia, onde o café é a principal alternativa ao cultivo de coca, planta utilizada para a produção de cocaína em regiões controladas por rebeldes.
A Colômbia é a terceira maior produtora de café do mundo, atrás apenas de Brasil e Vietnã.
Ainda não foi esclarecido qual o valor que será colocado no fundo de estabilização, mas o gabinete de Duque afirmou que ele será mantido por um mix de fontes, incluindo o orçamento geral, títulos de dívidas estatais, receitas de royalties e contribuições de organizações internacionais e outros.
Duque classificou a lei aprovada para a criação do fundo de estabilização como "uma das mais desejadas pelos cafeicultores colombianos".
"Isso trará muito alívio ao setor do café quando tivermos choques de preços", disse Duque ao sancionar a medida em um evento agrícola.
Os subsídios de estabilização vão entrar em ação quando os preços do café recuarem para um nível abaixo dos custos de produção, salientou o escritório de Duque. O fundo será administrado pela Federação Nacional de Cafeicultores através de um contrato governamental.
O governo Duque já distribuiu 79,5 milhões de dólares em subsídios, alívio de dívidas e fundos para a renovação dos plantios nos últimos meses. Nesta semana, em um fórum do setor no Brasil, a Colômbia propôs que nações produtoras unam forças para impor limites de oferta e alavancar os preços.
(Por Luis Jaime Acosta)