BRASÍLIA (Reuters) - O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) decidiu nesta quarta-feira manter acionadas por ao menos mais uma semana termelétricas mais caras, que já deveriam estar desligadas se fossem seguidas as orientações de modelos computacionais que guiam a operação do setor, afirmou em nota, confirmando informação publicada pela Reuters mais cedo.
A determinação do comitê do governo tem como objetivo ajudar a manter o nível de reservatórios das hidrelétricas, principal fonte de geração do Brasil, para que as usinas entrem no chamado período úmido, a partir de novembro, com condições mais favoráveis.
"O Comitê reiterou a garantia do suprimento no ano de 2018 e destacou que há recursos energéticos disponíveis, inclusive além dos montantes já despachados de usinas termelétricas", afirmou o CMSE, que disse estarem ligadas usinas com custo de operação de até 766,28 reais por megawatt-hora.
O acionamento das térmicas apesar das indicações dos modelos, conhecido no setor como despacho "fora da ordem de mérito", tem acontecido desde o início do mês, após uma reunião extraordinária do CMSE, acompanhando recomendação do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).
O CMSE deverá se reunir novamente na próxima semana em caráter extraordinário para uma nova avaliação sobre o cenário, disse a fonte à Reuters, na condição de anonimato.
"Vai ser semana a semana", comentou.
(Por Luciano Costa; reportagem adicional de Marta Nogueira, no Rio de Janeiro)