Investing.com – Mais uma seca histórica no Canal Panamá deve trazer consequências para o mercado mundial, tendo em vista que produtos agrícolas estão entre os principais itens transportados. No entanto, para o Brasil, os riscos tendem a ser limitados, segundo o Rabobank Brasil.
Em relatório divulgado aos clientes e ao mercado nesta terça-feira, 29, o Rabobank Brasil considerou que atrasos e elevações de custos devem afetar o comércio agrícola da América do Sul e da América do Norte, devido à localização do canal, que liga o Oceano Pacífico e o Oceano Atlântico. “Mais de 50% da tonelagem que atravessa o canal provém da rota comercial entre a costa leste dos EUA e a Ásia, seguida das rotas da América do Sul e Central”, aponta o documento.
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No entendimento do banco, as exportações de cereais brasileiras não devem ser tão afetadas. “Os principais portos do sul do Brasil utilizam a rota atlântica ao longo do sul de África para chegar ao mercado asiático, enquanto os portos do norte exportam principalmente para a Europa e o norte de África”, pondera o Rabobank Brasil, que lembra que nem as rotas de exportação do Sul nem do Norte do Brasil para os mercados asiáticos passam por lá e que o país já destinou ao mercado externo 72% de suas exportações de soja, farinha de soja e milho para 2023.
“O Brasil está no caminho certo para produzir uma safra recorde de soja, milho e algodão em 2023, o que significa que terá oferta disponível caso problemas logísticos no Canal do Panamá gerem demanda adicional de outras regiões no final do ano”, completa o Rabobank Brasil.
Além disso, caso haja continuidade do problema, o Brasil pode ter como oportunidade os mercados previstos anteriormente para as exportações americanas de cereais e algodão.